Neste estudo prospectivo feito por autores de vários países, 697 pacientes com síndromes coronárias agudas passaram por uma angiografia de três vasos e por ultrassonografias em escalas de cinza e de radiofreqüência intravascular após intervenções coronárias percutâneas. Os principais eventos adversos subsequentes (morte por causas cardíacas, parada cardiorrespiratória, infarto do miocárdio, ou re-hospitalização devido a angina instável ou progressiva) foram julgados como sendo relacionados a lesões originalmente tratadas (culpadas) ou a não tratadas (não-culpadas). O período de acompanhamento médio foi de 3,4 anos.
Eles descobriram que: "A taxa cumulativa de 3 anos dos principais eventos adversos cardiovasculares foi de 20,4%. Eventos foram julgados como relacionados a lesões culpadas em 12,9% dos pacientes e a lesões não-culpadas em 11,6%. A maior parte das lesões não-culpadas responsáveis pelos eventos do acompanhamento foram angiograficamente brandas na linha de referência (diâmetro médio da estenose 32,3%). Entretanto, numa análise multivariada, lesões não-culpadas associadas a eventos recorrentes tinham mais chances, do que as não associadas a eventos recorrentes, de serem caracterizadas por um grau de comprometimento das coronárias igual a ou maior que 70% (taxa de risco, 5,03) ou por uma área luminal mínima de 4,0 mm2 ou menos (taxa de risco, 3,21) ou a serem classificadas com base na ultra-sonografia intravascular de radiofrequência como fibroateromas de cápsula fina (taxa de risco, 3,35)."
Os autores concluíram que: “Em pacientes que apresentaram síndrome coronária aguda e que se submeteram a intervenções coronárias percutâneas, diversos eventos cardiovasculares principais ocorreram durante o acompanhamento, e estes são igualmente atribuíveis à recorrência no local das lesões culpadas e não-culpadas. Embora as lesões não-culpadas responsáveis por eventos imprevistos tenham sido frequente e angiograficamente brandas, a maior parte delas eram fibroateromas de cápsula fina ou eram caracterizadas por alto grau de comprometimento das coronárias, pequena área luminal, ou alguma combinação destas características, conforme determinado pela ultrassonografia em escalas de cinza e intravascular de radiofrequência."
Estes achados podem modificar o que se considera uma lesão ateromatosa clinicamente significativa.
Para o resumo completo, clique aqui
N Engl J Med 364:226-235, 20 de janeiro de 2011 © 2011 para a Massachusetts Medical Society
A Prospective Natural-History Study of Coronary Atherosclerosis. Gregg W. Stone, Akiko Maehara, Alexandra J. Lansky, et al. Correspondências para o Dr. Stone:
Categoria: K. Circulatório. Palavras-chave: aterosclerose, síndrome coronária aguda, angriografia coronária, ultrassonografia intravascular de radiofrequência, estudo de coorte prospectivo, observatório de revistas.
Sinopse editada por Dr Linda French, Toledo, Ohio. Publicado no Global Family Doctor em 1 de fevereiro de 2011