Pesquisadores da Austrália e do Canadá avaliaram o estado de pacientes 90 dias após eles darem entrada em hospitais devido a um acidente vascular cerebral na sequencia de uma intervenção multidisciplinar com foco no controle com base em evidências de febre, hiperglicemia e distúrbio de deglutição em unidades de tratamento do acidente vascular cerebral agudo (ASUs). No estudo de Qualidade no Tratamento de Acidente Vascular Cerebral Agudo (QASC), um ensaio controlado randomizado simples-cego de grupos, os pesquisadores escolheram ASUs de forma aleatória (grupos) em New South Wales, Austrália, com acesso imediato a tomografia computadorizada e centros de tratamento intensivo no local, para o grupo de intervenção ou o grupo-controle. Pacientes eram elegíveis se falassem inglês, tivessem 18 anos ou mais, tivessem tido um acidente vascular cerebral isquêmico ou hemorragia intracerebral, e tivessem ido ao hospital em até 48 horas após o início dos sintomas. 19 ASUs foram designados de forma aleatória para intervenção (n=10) ou controle (n=9). Dos 6564 avaliados para elegibilidade, dados de 1696 pacientes foram obtidos (687 pré-intervenção; 1009 pós-intervenção).
Os resultados demonstraram que, independentemente da gravidade do acidente vascular cerebral, pacientes de ASU do grupo de intervenção tinham chances significativamente menores de morrer ou se tornar dependentes (Escala Modificada de Rankin maior ou igual a 2) em 90 dias do que os pacientes de ASU do grupo-controle (42% de 558 pacientes no grupo de intervenção versus 58% de 449 no grupo-controle; número necessário para tratar 6,4; diferença absoluta ajustada 15,7%). Eles também obtiveram um resultado melhor no resumo dos componentes físicos do SF-36 (45,6 no grupo de intervenção versus 42,5 no grupo-controle; diferença absoluta ajustada 3,4), mas nenhuma melhora foi registrada na mortalidade (4% de 558 no grupo de intervenção e 5% de 451 no grupo-controle), resultado no resumo dos componentes mentais do SF-36 (49,5 no grupo de intervenção versus 49,4 no grupo-controle) ou dependência funcional.
Os pesquisadores concluíram: “A implementação de protocolos de apoio multidisciplinares baseados em evidências iniciados por enfermeiros para controle de febre, hiperglicemia e distúrbio de deglutição proporciona melhor evoluçao do paciente após receberem alta das unidades de acidente vascular cerebral. Nossas conclusões demonstram a possibilidade de aumentar os cuidados na unidade de tratamento de acidente vascular cerebral”.
Apoio para a enfermagem, mas isso já não era óbvio. Talvez sejam os enfermeiros e os protocolos que devam ser o foco aqui … mas eles não existiam? E por que as três medidas utilizadas aqui?
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The Lancet publicado online em 12 de outubro de 2011 © 2011 Elsevier Inc
Implementação de protocolos para tratamento com base em evidências para controle de febre, hiperglicemia e distúrbio de deglutição em acidente vascular cerebral agudo: um ensaio randomizado controlado de grupos. Sandy Middleton, Patrick McElduff, Jeanette Ward et al em nome do QASC Trialists Group. Correspondências a Sandy Middleton: sandy.middleton@acu.edu.au
Categoria: N. Neurológico Palavras-chave: tratamento com base em evidências, protocolos, controle, febre, hiperglicemia, deglutição, acidente vascular cerebral agudo, ensaio randomizado controlado de grupos, supervisão de periódico.
Sinopse editada por Dr Stephen Wilkinson, Melbourne, Austrália. Publicado em Global Family Doctor em 28 de outubro de 2011