O financiamento dos estudos de pesquisa da indústria farmacêutica pode ser uma faca de dois gumes, já que pode auxiliar importantes estudos de pesquisa a serem feitos como também podem criar uma mancha em relação à interpretação dos dados. Este grupo internacional de pesquisas realizou uma revisão sistemática dos estudos controlados aleatórios utilizando o Medline, analisando os efeitos do financiamento da indústria, especificamente, estando ou não as análises de subgrupo relatadas em estudos.
Os pesquisadores relatam: “469 estudos controlados aleatórios foram incluídos, dos quais 207 (44%) relataram análises de subgrupos. Revistas de grande impacto (índice de probabilidades ajustado 2,64), testes não-cirúrgicos (contra cirúrgicos) (2,10), e tamanho de amostra maior (3,38) foram associados com relatos mais frequentes de análises de subgrupo. A força da associação entre o financiamento de estudos e relatos de subgrupos diferiram em estudos com e sem conclusões primárias estatisticamente significantes. Em estudos sem resultados estatisticamente significantes para as primeiras conclusões, estudos financiados pela indústria tinham maior probabilidade de relatar análise de subgrupo (2,29) to de que estudos sem financiamento industrial. Isto não era verdadeiro para estudos com conclusões primárias estatisticamente significantes (0,79), os estudos com financiamento industrial foram associados a uma pré-especificação menos frequente da hipótese em subgrupos (31,3% contra 38,0%, índice de probabilidades ajustado 0,49), e menor uso do teste de interação para os efeitos das análises de subgrupo (41,4% contra 49,1%, 0,52) do que os estudos sem patrocínio industrial.”
Os pesquisadores concluíram: “Estudos controlados aleatórios financiados pela indústria, na ausência de conclusões primárias estatisticamente satisfatórias, têm maior probabilidade de relatar análises de subgrupo do que os estudos sem patrocínio industrial. Estudos financiados pela indústria pré-especifica com menor frequência hipóteses em subgrupos e testam interações com menor frequência do que os estudos sem patrocínio industrial. Análises de subgrupos de estudos com patrocínio industrial com resultados negativos nas conclusões primárias deveriam ser vistos com cautela.”
Talvez se devesse ser mais cético em relação a análises de subgrupo quando os estudos patrocinados pela indústria tiverem uma conclusão primária negativa.
Para o resumo completo, clique aqui.
BMJ 342:d1569, 28 de março de 2011 © 2011 BMJ Publishing Group Ltd.
The influence of study characteristics on reporting of subgroup analyses in randomised controlled trials: systematic review. Xin Sun, Matthias Briel, Jason W Busse, et al. Correspondence to G H Guyatt: guyatt@mcmaster.ca
Categoria: A. Geral/Não-especificada. Palavras-chave: análises de subgrupo, estudos controlados aleatórios, indústria, farmacêutica, patrocínio, revisão sistemática, observatório de revistas.
Sinopse editada por Dr Paul Schaefer, Toledo, Ohio. Postada em Global Family Doctor 15 de abril 2011