Este ano, a Organização Mundial de Saúde adotou o tema “Segurança do Paciente: uma prioridade global de saúde”, com o slogan “Falemos todos pela Segurança do Paciente” (1).
A segurança do paciente ganha cada vez mais atenção em todo mundo. Em maio de 2019, a G7 Health Ministers’ Declaration realizada na França, incluiu o tema na pauta das metas da Cobertura Universal de Saúde. A OMS destaca que apesar dos esforços nos últimos 15 anos, poucas mudanças foram alcançadas.
Os benefícios de um maior acesso aos cuidados de saúde foram prejudicados por diversos fatores como falta de por estruturas de serviço, culturas e / ou comportamentos que prejudicam inadvertidamente os pacientes e podem levar até a consequências fatais.
Neste sentido, as ações globais sobre segurança do paciente nos próximos anos permitirão que a cobertura universal de saúde seja acompanhada de segurança, fazendo com que todos possam confiar em seus sistemas de saúde (3).
Segundo a OMS, as falhas na atenção primária contribuem para o ônus dos cuidados inseguros globalmente. O dano causado ao paciente que se origina nos cuidados primários e ambulatoriais chega até a quatro em cada dez pacientes. Entre estes os desafios relacionados a segurança do paciente está a diminuição dos erros relacionados a medicamentos (ex.:troca de medicamentos, uso de doses incorretas, interações medicamentosas, excesso de medicamentos). Eles são uma das principais causas de lesões e danos evitáveis nos sistemas de saúde (3).
Portanto, abordar a segurança do paciente neste nível de atenção é fundamental para garantir confiança e ter um sistema de saúde de alto desempenho (3). Considerando esse cenário a SBMFC escolheu como tema abordar o manejo de medicamentos e polifarmácia.
Você ensina seus pacientes sobre manejo correto de medicamentos?
Ações que podem ser implementadas como estratégias para melhoria deste desafio são a divulgação de práticas seguras, como: identificação das medicações e orientações individualizadas para cada pessoa, o compartilhamento de informação entre os médicos de família e outros profissionais; empoderamento dos pacientes; protocolos adequados para APS; Ferramentas de TI (ex.: uso de alertas para doses e interações matriciamento) e o matriciamento com profissionais farmacêuticos.
E você, o que tem feito para reduzir esse número e evitar danos que podem ser irreversíveis aos pacientes no dia a dia?
Além dessas estratégias a APS trabalha sob a lógica e a prática da Prevenção Quaternária. Ela tem papel decisivo na segurança do paciente, principalmente com foco nos excessos de medicamentos, ainda mais quando debatemos a medicalização da vida e do sobrediagnóstico.
Saiba mais nos links:
https://www.globalfamilydoctor.com/groups/WorkingParties/QualitySafety.aspx e Safer Primary Care.
Dados sobre segurança do paciente
- Segundo a OMS, até 4 em 10 pacientes são prejudicados nos cuidados primários e ambulatoriais. (1)
- Com isso, se vão US $ 42 bilhões em erros de medicação anualmente. (1)
- dano ao paciente devido a eventos adversos é uma dos principais 10 causas de morte e incapacidade no mundo (3)
- As evidências disponíveis sugerem que anualmente 134 milhões de eventos adversos devido a cuidados inseguros ocorrem em hospitais de países de baixa e média renda, contribuindo para 2,6 milhões de mortes (3)
Referências:
1 – World Patient Safety Day 2019. https://www.who.int/campaigns/world-patient-safety-day/2019.
2 – G7 Health Ministers’ Declaration. Paris, Ministry of Solidarity and Health 11, avenue Lowendal – 75007 Paris. Disponível em <G7FRANCE.COM>
3 – Global action on patient safety. World Health Organization, December, 2018.