O Governo Federal lançou nesta segunda-feira (20) o novo programa Mais Médicos e a Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC) esteve presente para apoiar a iniciativa. A cerimônia de lançamento foi aberta com um discurso emocionante da presidente da entidade Zeliete Zambon, prosseguida por falas dos representantes dos conselhos nacionais de secretários estaduais e municipais de Saúde (Conass e Conasems, respectivamente) Fábio Baccheretti e Wilames Freire, do ministro da Educação Camilo Santana, da ministra da Saúde Nísia Trindade e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Zeliete Zambon narrou um episódio de sua infância, no qual precisou se deslocar por mais de quatro horas do interior do Espírito Santo para a capital Vitória para tratar de infecções de repetição do ouvido e da garganta. Ela foi submetida a cirurgia para retirada das amígdalas, teve parada cardiorrespiratória, foi ressuscitada e sequer teve acesso a leito de internação.
“O que deveria ter acontecido nisso tudo se eu tivesse uma médica de família ao meu lado? Se eu soubesse que eu era intolerante a lactose – todos os dias a charrete entregava leite na porta da minha casa – e por isso tinha um refluxo gastroesofágico que me fazia ter otite e amidalite de repetição? Eu não seria submetida a cirurgia (…) E é disso que estamos falando do Programa Mais Médicos”, concluiu, interrompida por uma salva de palmas.
Zeliete Zambon destacou que as e os MFCs são especialistas em pessoas, cientes de onde moram e trabalham, como vivem e de quais problemas sociais influenciam a sua saúde. “É isso que quero para todo Brasil e por isso estamos todos aqui juntos. A SBMFC apoiando o programa para que nós formemos mais médicos e médicas competentes para estar na APS e resolver os problemas da população brasileira”, salientou.
Novidades do programa
O anúncio do rebatizado programa Mais Médicos para o Brasil deu destaque para a abertura de 15 mil novas vagas, sendo 5 mil por meio de edital já neste mês de março e outras 10 mil em formato que prevê contrapartida de municípios. Até o final de 2023, está previsto a fixação de 28 mil profissionais fixados em todo o país, principalmente nas áreas de extrema pobreza.
O investimento é de R$ 712 milhões por parte da União apenas em 2023 e a projeção é beneficiar 96 milhões de brasileiros com atendimento médico na atenção primária.
Profissionais brasileiros formados no Brasil continuam a ter preferência na seleção, a frente de brasileiros formados no exterior ou estrangeiros, que continuarão atuando com Registro do Ministério da Saúde (RMS).
Como forma de valorizar a MFC, o novo formato do programa irá ofertar vagas para residentes da especialidade que foram beneficiados pelo FIES, auxiliando no pagamento total do valor da dívida, e também concederá pontuação adicional de 10% na seleção para aqueles que concluírem a residência em MFC.
Para estimular a fixação dos profissionais, o governo está oferecendo benefícios, proporcionais ao valor mensal da bolsa, para atuarem nas periferias e regiões mais remotas; possibilidade de especialização e mestrado; garantia de licença maternidade no valor da bolsa para médicas no período de seis meses e 20 dias de licença paternidade para os médicos.