12 de dezembro de 2017
A Secretaria Nacional de Juventude (SNJ) e a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) recém divulgaram dados extremamente alarmantes para a saúde da população negra no Brasil.
Através de dados obtidos em 304 municípios do país, conclui-se que mulheres jovens negras entre 15 e 29 anos têm o dobro do risco de serem mortas em relação às mulheres brancas da mesma faixa etária. A condição é verdadeira para 22 das 27 unidades federativas do país. O comparativo chama ainda mais atenção nos Estados da Paraíba, Amazonas e Rio Grande do Norte, onde a chance de uma mulher jovem negra ser assassinada é mais de 5 vezes maior que uma mulher jovem branca.
O índice, que apresenta piora estatística em relação a mesma pesquisa realizada em 2015, revela o quanto ainda está incipiente o combate ao racismo em nossa sociedade. Novamente, os dados convidam não só a reflexão, mas demandam, principalmente, ações enérgicas em relação a luta contra o genocídio da população negra, vigente em nosso país.
O Grupo de Trabalho de Saúde da População Negra e a diretoria da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade não só apóiam a importância do debate de saúde da população negra, mas também se colocam na linha de frente na luta por acesso universal e cuidado com garantia de equidade para a população negra no Sistema Único de Saúde.