A necessidade de ampliação de residência médica, a implantação de um Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos (PCCV), a criação da carreira de Estado, a garantia de educação médica continuada e a extinção de contratos precários. Estes foram os principais pontos levantados durante o II Fórum de Medicina de Família e Comunidade do Conselho Federal de Medicina (CFM) e I Encontro das Câmaras Técnicas de Medicina de Família e Comunidade. Os eventos aconteceram simultaneamente na sexta-feira (25), na sede do CFM, em Brasília (DF).
Os médicos estão preocupados com os inúmeros problemas que afetam o exercício da medicina e a qualidade da assistência. “A saúde da família tem que ser repensada, precisamos dar uma resposta que a saúde deste país precisa”, enalteceu o coordenador da Câmara Técnica de Medicina de Família e Comunidade do CFM, Celso Murad.
O diretor do Departamento de Atenção Básica do Ministério da Saúde (DAB/MS), Hêider Pinto, apresentou um conjunto de estratégicas políticas com o “compromisso de ampliar a saúde básica do país”. Ele defendeu a importância de ações de provimento e fixação do médico. “Queremos garantir benefício destes médicos e estimular as equipes. Afirmar a importância de fixar não pode acabar com a necessidade de distribuir e garantir atendimento. Temos que fazer todas as medidas possíveis para tentar garantir a qualidade da assistência”.
O diretor afirmou que na próxima terça-feira (29) o governo federal, por meio do Ministério da Saúde, anunciará um novo Plano Estratégico de Saúde Básica. “Será um momento muito importante, pois teremos novos recursos destinados para a saúde básica”. Quanto à carreira de Estado, Pinto afirmou que só será possível implementar em 2013.
O presidente da Federação Nacional dos Médicos (Fenam), Cid Carvalhaes, cobrou a garantia de eficiência de acompanhamento deste pessoal com treinamento adequado. “Precisamos de algo consistente. Não deve haver precarizaçao do trabalho em nenhum momento”, defendeu.
Qualificação – A formação e titulação como Estratégia da Saúde da Família foi apontada como fundamental. Do total de vagas em residência médica no país (10.196) somente 7% são para destinadas para a Medicina de Família e Comunidade o que foi considerado, pelo diretor de graduação da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC), Thiago Trindade, um problema a ser encarado: “nossos desafios são expandir, ocupar e qualificar as residências. Precisamos ser audaciosos. É preciso residência para todos e com incentivo”.
O coordenador do departamento de educação permanente da SBMFC, Eno Dias Castro , também destacou a importância de se desenvolver meios que permitam a comunicação do profissional. Ele apresentou uma pesquisa de doutorado de sua autoria onde apontou que de 226 médicos, 71% utilizaram teleconsultorias para diagnósticos e destes 84% consideraram que resolveram a questão. A comunicação evitou referência em quase metade dos casos (44%). “O profissional isolado traz muitos problemas e desistências”, apontou Castro.