Na última 4ª feira (11), a Associação Paulista de Medicina de Família e Comunidade (APMFC) se reuniu com o Secretário Municipal de Saúde Wilson Pollara e a Secretária Adjunta Maria da Glória Zenha, a fim de discutir sobre a Atenção Primária à Saúde (APS) no município de São Paulo.
O atual plano do secretário é um ponto de início para melhorias na APS da cidade, mas há a necessidade do apoio técnico e científico, com boa evidência, do que deverá ser feito na cidade. Em suas apresentações ele fala sobre as mudanças a serem feitas já pensando na restruturação de toda a rede, levando em conta, logicamente, nos níveis secundário e terciário de Atenção à Saúde. Numa cidade da magnitude e tamanho de São Paulo homogeneizar essa restruturação é uma tarefa que exigirá muito cuidado e atenção às particularidades de cada região da cidade. O Secretário e sua Adjunta estão num movimento de conhecer exemplos de cidades onde a APS está dando certo.
“Em um espaço de três semanas tivemos um encontro no SIMESP com a participação do Secretário Pollara, a Diretora do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde Isabel Soares Santos, além da médica de família e comunidade Denize Ornelas; e um outro encontro no CREMESP para debater sobre ‘Modelos de Atenção Primária’, com ex-Secretário de Saúde do Rio de Janeiro Daniel Soranz, o Diretor de Atenção à Saúde de Florianópolis Núlvio Lermen Jr e o médico de família e comunidade Daniel Almeida. Logicamente compreendemos que as diferentes cidades apresentam diferentes necessidades, mas acreditamos que podemos aprender muito com os exemplos que deram certo nos outros municípios. A APMFC se colocou à disposição da Secretaria de Saúde para oferecer o suporte científico/técnico que for necessário para a reestruturação da APS em São Paulo e o secretário disse que há uma grande possibilidade de ter um Médico de Família e Comunidade na Secretaria para assessorá-lo”,explica Renato Walch, presidente da APMFC.
Na conversa, foi colocada a importância de qualificar e investir na formação adequada de Médicos de Família e Comunidade. Um Programa de Residência Médica de MFC que seja atrativo, bem estruturado e que valorize tanto o residente quanto o preceptor, isso pode ser uma ótima oportunidade para captação e fixação de MFCs para a rede. O município já tem aprovado um programa de residência com 100 vagas, mas poucas delas ocupadas. É necessário pensar em estratégias que deram certo em outros lugares, não sendo necessário reinventar a roda ou inventado projetos que só existem na cidade de São Paulo.
A parceria entre a APMFC e a Secretaria de Saúde já está colocada. A Associação entende que essa colaboração se faz necessária para possibilitar as mudanças que acreditamos ser importantes para a APS. Da mesma forma que ficamos receosos, pois quando se trata de Política as coisas podem mudar a depender de fatores que fogem à nossa governabilidade, ao mesmo tempo firmamos com o nosso associado o compromisso de continuar trabalhando por uma Atenção Primária à Saúde de qualidade.
“Novos encontros acontecerão em breve e pretendemos avançar ainda mais na consolidação de um Fórum de Discussão permanente da Rede de Atenção à Saúde junto com as Instituições de Ensino Superior e os órgãos representativos da classe médica, além de viabilizar a participação de um MFC para assessorar o Secretário nesse processo”, finaliza Walch.
Denize Ornelas, Diretora de Exercício Profissional, Walter Costa, Diretor de Formação, Secretário Wilson Pollara, Maria da Glória, Secretária Adjunta e Renato Walch, presidente da APMFC.