A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) realizou no dia 24/02 o Encontro Virtual de Largada do Projeto Cuidado Integral à Saúde. A iniciativa faz parte do Programa de Certificação de Boas Práticas em Atenção à Saúde e é uma fase preparatória para a solicitação, pelas operadoras de planos de saúde, da certificação em Atenção Primária à Saúde (APS).
O objetivo do projeto é subsidiar a implantação de projetos-piloto em APS na saúde suplementar. A proposta é implementar e fortalecer a rede baseada na atenção primária à saúde, que deve ser o acesso preferencial no sistema de saúde. Participarão do projeto 20 operadoras, selecionadas por meio processo seletivo realizado pela ANS.
De acordo com a gerente de Estímulo à Inovação e Avaliação da Qualidade da ANS, Ana Paula Cavalcante, a adoção do modelo de cuidado integral por parte das operadoras representará uma mudança de paradigmas na saúde suplementar. “O projeto proporcionará a melhoria da qualidade em saúde no setor de saúde suplementar, uma vez que reorganizará as redes assistenciais das operadoras, favorecendo a gestão do cuidado e a centralidade nos pacientes”.
No encontro, os integrantes do grupo gestor do projeto, composto pela ANS, Institute for Healthcare Improvement (IHI), Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC) e Hospital Alemão Oswaldo Cruz (HAOC), detalharam o programa para as operadoras participantes. Entre os assuntos abordados estavam as bases conceituais do modelo de melhoria do IHI e as consequências práticas que o projeto irá proporcionar, como a expansão da APS e a melhoria na organização do cuidado à saúde dos beneficiários de planos de saúde.
Segundo Ana Paula, os participantes selecionados realizarão um curso de formação em APS, que terá inicio em março de 2021 e será ministrado pela SBMFC em conjunto com a Faculdade de Educação em Ciências da Saúde do Hospital Alemão Oswaldo Cruz. Para a gerente, a capacitação dos profissionais – tanto das operadoras quanto os que trabalham nos serviços de APS – será fundamental para o sucesso do projeto.
Marco Tulio Aguiar Mourão Ribeiro, representante da SBMFC, apresentou a dinâmica, a organização e os principais temas do curso. “Abordaremos os princípios de APS, o estudo populacional, a carteira de clientes, a gestão do cuidado, a gestão da clínica e medicina baseada em evidências e indicadores de qualidade em APS”.
Já Daniel Peres, do IHI, explicou sobre as questões práticas da adoção do modelo de Melhoria para as operadoras. Tanto na operadora quanto na unidade de APS deverão existir quatro profissionais da equipe com papeis específicos: o patrocinador (com poder formal, que será o responsável pelo desenvolvimento do projeto); o líder do projeto (profissional que coordenará reuniões, e se comunicará com o patrocinador e com os outros integrantes do Projeto); o organizador da equipe de melhoria (profissional administrativo) e o analista de dados (profissional responsável pelos dados e plataformas de melhoria da qualidade).
Fonte: ANS