Balanço do 1º Congresso Sudeste de Medicina de Família e Comunidade

18 de outubro de 2018

Somos feitos de pedaços dos nossos encontros com outras pessoas.

E foi isso que aconteceu nesses três dias de Congresso Sudeste MFC!

Uma das propostas era conectar as pessoas e as suas histórias de alguma forma.

No início, alguns acharam estranho, pois duvidavam como uma tecnologia que isola (o fone de ouvido) pode aproximar os indivíduos. Muito se fala sobre a Medicina do futuro onde as tecnologias cada vez mais afastarão as pessoas e a relação médico-paciente, mas fala-se também que especialidades como MFC se destacarão, pois relações presenciais serão um grande diferencial.

Nesse I Congresso Sudeste MFC, pudemos experimentar um pouco (ou muito) disso: Mesmo se propondo ser um evento tecnológico, quantos abraços você deu durante esses 3 dias? Quantos sorrisos, obrigados, com licenças, por favor, você recebeu nesse congresso? Quantas pessoas conheceu? Quantas histórias e novas experiências foram trocadas?

Gostaríamos ainda, de ter mais instrumentos que tornasse mais tecnológico o evento, mas infelizmente não foi possível.

Quando esse congresso começou a ser construído, foi pensado em, além dele trazer tecnologias para um Congresso Médico, também ter a proposta de dialogar com o jovem médico e com o graduando, sem perder a conectividade com médicos mais experientes.

Talvez, a partir do I Congresso Sudeste MFC, tenhamos que pensar, o que se espera de um Congresso de MFC? Há 30 anos o propósito de um Congresso Médico era claro: trazer as atualizações de forma compilada. Isso se dava pelo fato de se obter atualizações era algo semelhante a uma epopeia. Algo imaginável nos dias de hoje, onde você tem o consenso mais recente, artigos, publicações de qualquer parte do mundo com apenas alguns cliques. Se o objetivo principal não é mais as atualizações como décadas atrás, seria então, as trocas de experiências, o treinamento prático e conhecer as inovações tecnológicas? Pelo menos foi isso que as pessoas nos falaram no nosso estande que montamos durante o 14º CBMFC (Curitiba-PR)! E dessa forma, o desafio estava lançado!

Para ajudar a vencer esse desafio, o I Congresso Sudeste MFC foi projetado para tudo acontecer ao mesmo tempo e misturado. No espaço de trocas de experiências, permitir o conteúdo. No espaço de conteúdo permitir as trocas de experiência.

As salas multiuso (Inhotim, Ibirapuera, Quinta da Boa Vista e Pedra Azul) tinham as paredes de vidro transparentes justamente para permitir, quando lotadas, que as pessoas do lado de fora pudessem ver e ouvir (com os fones) todo o conteúdo daquela atividade.

O Espaço Brasil no meio do átrio (foyer) do Memorial da América Latina, colocou em lugar de destaque os cerca de 100 trabalhos orais que foram apresentados, entre os estandes, no meio dos transeuntes e com muita gente em volta.

O palco principal (São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo) no formato de “Arena”, além de facilitar a questão de mobilidade, permite que a pessoa soubesse o tempo todo o que acontecia nos outros auditórios.

Todos esses ingredientes, acontecendo ao mesmo tempo, de forma diferente, com a participação efetiva dos congressistas (que toparam a proposta) foi o que propiciou essa experiência nova, intensa e única.

– Tivemos cerca de 1500 inscritos, sendo 75% de mulheres.

– Foram cerca de 140 atividades em 3 dias de congresso.

– Aproximadamente 30 horas de intensa grade científica.

– Participaram 13 patrocinadores, 09 instituições colaboradoras, 03 instituições apoiadoras e 01 parceiro.

Talvez, um dos principais objetivos de fazer esse evento fosse trazer algo novo e possibilitar que as pessoas se modificassem a partir desse encontro. Hoje o I Congresso Sudeste MFC faz parte de cada um de nós e ele nos conecta de alguma forma e também às nossas histórias.

Renato Walch

Presidente do 1º Congresso Sudeste de Medicina de Família e Comunidade

e

Comissão organizadora do 1º Congresso Sudeste de Medicina de Família e Comunidade