28/05/2018: Dia Nacional da Redução da Mortalidade Materna

28 de maio de 2018

 

Desde os anos 1990 o Brasil desenvolveu um conjunto de políticas públicas, incluindo a expansão de cobertura da Estratégia Saúde da Família e novas diretrizes para assistência obstétrica hospitalar, com o objetivo de reduzir a taxa de mortalidade materna. Entre 1990 e 2015, segundo o Ministério da Saúde, a taxa reduziu em 58%, o que significa a queda de 146 para 60 óbitos maternos a cada 100 mil nascidos vivos. O que parece um grande avanço na verdade ainda está longe da meta: a Organização das Nações Unidas estabelece como ideal um máximo de 35 óbitos maternos a cada 100 mil nascidos vivos. Ou seja: a mortalidade materna ainda é um problema de saúde pública no Brasil.

É considerada mortalidade materna quando a mulher vai a óbito entre a gestação e até 42 dias após o parto. É nesse período que vários problemas podem se manifestar, como hipertensão, hemorragias, abortamentos, infecções, assim como complicações desses problemas. A assistência obstétrica de qualidade começa pelo acompanhamento pré-natal, que acompanha o desenvolvimento do bebê e da gestante desde o início da gravidez até a hora do parto. Diagnosticar e tratar as possíveis intercorrências durante esse período garante o bem-estar para o bebê e a gestante, com enorme potencial de redução das complicações que poderiam levar a óbitos mais à frente.

 

O papel do médico de família e comunidade no pré-natal é orientar a gestante e avaliar a sua saúde e a do bebê por meio do exame físico e de exames complementares (laboratoriais e de imagem) realizados no acompanhamento periódico, de acordo com as condições da gravidez. Essa orientação exige principalmente entender o contexto familiar, social, econômico e ambiental nos quais a gestante e seu bebê estão inseridos, pois essas questões têm impacto direto na adesão às recomendações do pré-natal, que impactam na saúde de ambos. A relação médico-paciente no pré-natal, com uma escuta assertiva, na qual a mulher se sente acolhida ao compartilhar sintomas, sentimentos e também os medos da gestação e maternidade, assim como o ambiente que a cerca, pode criar um vínculo de confiança que ajude a promover saúde e qualidade de vida, de acordo com os princípios da Atenção Primária à Saúde.

Referências:

TelessaúdeRS. Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna. Acessado em 25/05/2018. <https://www.ufrgs.br/telessauders/noticias/dia-nacional-de-reducao-da-mortalidade-materna/>.

 

Dimensão “Atenção à Saúde” – 3a fase. Taxa de Mortalidade Materna. Agência Nacional de Saúde Suplementar. Acessado em 25/05/2018.  <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/qualificacao_saude_sup/pdf/Atenc_saude3fase.pdf.>