Continuando a série sobre o Dia Internacional da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha, datado em 25 de julho, o GT publica a história de Neusa Santos Souza.
30 de março de 1948 — 20 de dezembro de 2008
Psiquiatra e psicanalista nascida na Bahia e radicada no Rio, Neusa mesclou como poucos a psicanálise e a militância antirracista e foi cronista e articulista em jornais e revistas, como o Correio da Baixada, voltado para a população da Baixada Fluminense.
Neusa era uma psicanalista negra lacaniana bem-sucedida profissionalmente que contrariando as estatísticas e as dificuldades de berço pobre, estudou Psicanálise, estabelecendo-se no Rio de Janeiro, onde convivia com intelectuais e dava uma importante
contribuição na luta contra a discriminação racial.
Em 1983 publicou o livro Tornar-se Negro prestando uma grande contribuição à área das relações raciais. A obra traz o estudo da autora sobre a vida emocional dos negros, com reflexões sobre o custo emocional da negação da própria cultura e do próprio corpo, considerada a primeira referência sobre a questão racial na psicologia.
No livro, a autora mostra a rejeição do negro por seu aspecto exterior e explica que é necessário um raro grau de consciência para que esse quadro se inverta. Quando isso acontece, a cor e o corpo do negro são sentidos como valor de beleza.
Com cerca de 60 anos de idade suicidou-se e deixou uma pequena mensagem pedindo desculpas aos poucos amigos do peito por sua decisão radical.
Para conhecer mais de Neuza Santos, veja o vídeo do programa Espelhos disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=eugWGvhG48o