A pandemia do vírus influenza A(H1N1) de 2009 levantou uma grande preocupação quando emergiu pela primeira vez, mas relatórios subsequentes descobriram que ela era menos letal do que se imaginara inicialmente. Mas a preocupação persiste quanto à letalidade em pacientes grávidas. Pesquisadores dos Estados Unidos caracterizaram a gravidade da enfermidade influenza A(H1N1) de 2009 e qualquer ligação com tratamento antiviral precoce entre mulheres grávidas. Eles usaram dados relatados ao Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC) com a instalação dos sintomas de abril a dezembro de 2009 em mulheres grávidas.
Os pesquisadores afirmam que: "Recebemos relatórios de 2009 sobre 788 mulheres grávidas nos Estados Unidos com influenza A (H1N1) e instalação dos sintomas de abril a agosto daquele ano. Dentre estas, 30 morreram (5% de todas as mortes por influenza A (H1N1) neste período). Dentre 509 mulheres hospitalizadas, 115 (22,6%) foram admitidas em UTI. Mulheres grávidas tratadas mais de quatro dias após a instalação dos sintomas tiveram maior probabilidade de serem admitidas na UTI (56,9% vs 9,4%, RR 6,0) do que aquelas tratadas dentro de 2 dias após a instalação dos sintomas. Apenas uma morte ocorreu numa paciente que recebeu tratamento dentro de 2 dias da instalação dos sintomas. A atualização dos dados com o CDC continuou, com a vigilância nas admissões à UTI e mortes entre mulheres grávidas com instalação de sintomas até 31 de dezembro de 2009, identificando mais 165 mulheres para um total de 280 mulheres admitidas em UTI, 56 das quais morreram. Dentre as mortes, 4 ocorreram no primeiro trimestre (7,1%), 15 no segundo (26,8%), e 36 no terceiro (64,3%) trimestre de gestação."
Os pesquisadores concluíram que: "As mulheres grávidas tiveram um risco desproporcionalmente alto de mortalidade devido ao influenza A(H1N1) 2009. Dentre as mulheres grávidas com influenza A(H1N1) 2009 relatadas ao CDC, o tratamento antiviral precoce pareceu estar associado a um menor número de admissões na UTI e menos mortes."
“Este estudo reafirma a importância da detecção precoce e do tratamento antiviral para a influenza A H1N1 pandêmica em pacientes grávidas.”
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JAMA 303(15):1517-1525, 21 de abril de 2010 © 2010 a American Medical Association
Pandemic 2009 Influenza A(H1N1) Virus Illness Among Pregnant Women in the United States. Alicia M. Siston, Sonja A. Rasmussen, Margaret A. Honein, et al.
Categoria: R. Respiratório, W. Gravidez, Planejamento Familiar. Palavras-chave: influenza, H1N1, gravidez, hospitalização, mortalidade, estudo epidemiológico, observatório de revistas.
Sinopse editada por Dr Paul Schaefer, Toledo, Ohio. Publicado em Global Family Doctor 11 de maio de 2010.
Traduzido para o Português pela Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, revisão técnica por Leonardo C M Savassi.