Do dia 31/05 a 05/06 celebramos a semana do meio ambiente, lembrete anual e global, usada para convidar as pessoas a reflexão e ação de seu papel na defesa da saúde dos ecossistemas e das pessoas.
A saúde planetária, é o campo que estuda os impactos das atividades humanas na saúde do planeta e de todos os seres, suas interações e prejuízos. E por isso a importância de ser um tema sempre em evidência e discussão.
Na semana do meio ambiente de 2022, a sbmfc em parceria ao GT de Saúde Planetária, reforça a urgência de nós, profissionais de saúde pertencentes a linha de frente, em contato próximo as pessoas e suas comunidades a levaram a conhecimento a Saúde Planetária e suas formas de mitigação, adaptação e regeneração dos danos sistêmicos a saúde global, através da abordagem em sua prática clínica.
Para isso, ao longo da semana traremos orientações, pequenas ações que podem ser abordadas nas consultas as pessoas, com objetivo de conscientização e impulso a um cuidado coletivo a saúde do nosso planeta, a nossa saúde.
Hoje traremos um conhecimento básico sobre reciclagem e planos de ações que podemos exercer para contribuir com o processo dentro de casa e na comunidade assistida.
É importante que saibamos que apenas 30% da população urbana total do país conta com o serviço de coleta seletiva de lixo. Logo, a grande parte do que produzimos e consumimos será descartado no ambiente.
Devemos levar em consideração que o processo de reciclagem será realizado de acordo com cada região, e será muito importante para a unidade de saúde de referência ter conhecimento junto a prefeitura, ecoponto ou cooperativas da região de que forma acontece.
Os materiais mais reciclados no Brasil são: latas, papelão, folhas de papel, garrafas PET. Os menos reciclados são: isopor, plásticos de uso único (copos, talheres, canudos, cotonetes, lacres) e embalagens metalizadas.
Duvida comum da maioria está na prática de lavar ou não os itens que serão coletados. A dica é reutilizar a água do enxágue da louça para não haver desperdícios! Uma lavagem simples para que eles não atraiam insetos, e estejam em melhor condição para os catadores.
Existem muitos modelos de separação de lixo, mas a forma menos trabalhosa e pronta para iniciar a pessoa no processo de reciclagem, e para quem nao faz compostagem, consiste na separação do lixo em 2 frações, as recicláveis e rejeitos orgânicos e misturados.
Para os recicláveis basta organizá-los limpos e secos em uma caixa ou lixeira à parte. E para os rejeitos orgânicos e misturados, deverá ser separado aquilo que será encaminhado para o aterro sanitário, isso inclui resíduo de banheiro e adesivos. Restos de alimentos que também não serão aproveitados na compostagem (para quem não a faz) e irão nessa mesma lixeira.
A reciclagem também deve e pode ser incentivada nas unidades de saúde, de preferencia através da separação mais elaborada em em 6 frações: orgânicos, rejeitos, plásticos, metais, vidros e papéis.
Para moradores de prédios e casas em condomínio, deve-se ter conhecimento dos dias da semana em que são realizadas a coleta seletiva.
Essas são algumas informações básicas sobre reciclagem e que devem ser promovidas no território e na abordagem as pessoas e suas famílias. O estímulo a economia circular, a redução do consumo e produção de resíduos, um convite a uma vida mais sustentável e respeitável a saúde do planeta e das pessoas.
Mudança Climática
Já está sendo normalizado falar em mudanças climáticas, mas será que conhecemos exatamente do que se trata esse conjunto de alterações no nosso planeta e suas repercussões na nossa saúde?
Nos últimos anos temos presenciado cada vez mais desastres naturais, que acabam muitas vezes sendo julgados erroneamente como de ação própria da natureza. Mas devemos refletir que embora assim sejam conhecidos, muitos decorrem das consequências dos impactos humanos no ambiente, assim como a combinação de eventos climáticos extremos com a irresponsabilidade e negligência administrativa de muitas regiões acometidas.
Sabemos que a maioria das pessoas afetadas pela emergência climática, se encontram em situação de vulnerabilidade em muitos contextos. Vivem de baixa e média renda, em territórios de fragilidade ou exploração, sem acesso a infraestrutura e serviços básicos.
A isso podemos chamar de justiça climática: pessoas que causam menor impacto no planeta, e no entanto, são as mais vulneráveis e afetadas pelos desastres socioambientais, insegurança alimentar, racismo ambiental
A mudança climática reflete a desigualdade na saúde, e influenciam diretamente sobre os determinantes sociais da saúde nas comunidades mais pobres.
Entre os impactos das mudanças climáticas na nossa saúde, temos indiretamente as ondas de calor, frentes frias, alta incidência de eventos extremos como tempestades e furacões, causando muitas mortes e danos.
E diretamente nas alterações no ambiente, como modificação de ecossistemas e de ciclos biológicos, geográficos e químicos, que podem aumentar a incidência de doenças infecciosas devido a mudança de comportamento dos vetores e até mesmo as migrações e os refugiados ambientais, com o crescente risco de doenças emergentes e reemergentes. Como também o aumento das doenças não-transmissíveis, doenças mentais e a desnutrição com implicações no crescimento e desenvolvimento infantil.
A saúde planetária busca saúde a partir da equidade, levando o conhecimento de que isso pode ser inantigível sem esforço político, econômico e social. Por isso a importância de identificarmos todos fatores e impactos relacionados às mudanças climáticas.
Devemos urgentemente consolidar e construir paradigmas que estejam voltados a prevenção, institucionalização de gestão de riscos e desastres. Portanto, as equipes da Estratégia de Saúde da família, por possuirem o contato próximo com o território, devem ter o conhecimento de seu papel na prevenção e enfrentamento dos eventos extremos.
Entre eles, urgentemente incluir em sua abordagem a importância da participação social como ferramenta de ação no processo contínuo de apoio e enfrentamento as mudanças climáticas. Fornecendo as informações essenciais sobre as causas e ameaças provocadas, discussões de modelo de organização social, ideologias políticas e econômicas patrocinadoras das mudanças climáticas, e o direito do cidadão de contar com a formulação de políticas públicas que protejam as pessoas e o planeta.