Levantamento mostra dados de demandas de Residentes em MFC
A escuta dos Residentes é considerada fundamental para Diretores Residentes da SBMFC. Pesquisa foi realizada entre participantes de grupo nacional no Telegram.
Por Mayrá Lima
Durante a Oficina Nacional dos Programas de Residência de Medicina de Família e Comunidade, foi explicitada a necessidade constante da escuta aos Residentes. Nesse sentido, os Diretores Residentes Ana Clara Arantes e Geferson Pellegrini apresentaram a “Coleta de Dados de Demandas de Residentes em MFC”. A pesquisa foi realizada com base no grupo existente na plataforma Telegram, desde o ano de 2021 e por meio de formulários de perguntas. O objetivo foi traçar um perfil das demandas dos residentes.
Aos Diretores Residentes, o grupo foi crucial para a integração entre os residentes, além de ser um espaço aberto de diálogo com a SBMFC. Não menos importante, o espaço ajudou na mobilização tanto para o Fórum Nacional de Residentes que aconteceu em outubro de 2021, quanto para os debates e explicações sobre o concurso da ADAPS.
Do total de 122 respostas, 59,4% vieram de R1; 38,3% de R2 e as demais de R3 ou de pessoas que terminaram o Programa no R2. O grupo ainda é composto por 72 instituições. São 13 pessoas oriundas da Secretaria Municipal do Rio de Janeiro; seis da UERJ; cinco da Escola de Saúde Pública do Ceará; outras cinco do HC de Ribeirão Preto/USP; quatro do Hospital Israelita Albert Einstein; três vindas da Prefeitura de Estância Balneária de Praia Grande, sendo igual o número de participantes que está no HC/UFMG e HCPA. As demais instituições possuem dois ou um componente.
Em relação aos 55 municípios que estão representados, a maioria das respostas veio do Rio de Janeiro (20); de Porto Alegre e Curitiba (8 cada); de São Paulo (7); de Fortaleza (6); e de Belo Horizonte (5). Não foram obtidas respostas de residentes localizados no Amapá, no Maranhão, no Mato Grosso, no Pará, no Piauí, no Tocantins, no Rio Grande do Norte e em Roraima.
Ainda que sem uma catalogação de pesquisa, foi possível estabelecer alguns pontos considerados fortes nos PRMFC pelos residentes. No entanto, Ana Clara Arantes afirmou a necessidade de uma qualificação mais detalhada do que foi apontado. “A maioria citou pontos como a preceptoria qualificada (com formação em MFC) e presente (ombro a ombro). Também foram apontados: fluxo facilitado para a atenção secundária, campos de prática em ambulatório de especialidades, integração com a RAPS, sentir-se acolhido; integração adequada entre a pressão assistencial e o ambiente protegido para ensino nos campos de prática. E, por fim, bom relacionamento entre os colegas e com a coordenação/preceptoria”, disse Arantes.
Por outro lado, demandas também foram elencadas. Dentre elas, a qualificação da preceptoria, a existência e qualidade dos estágios externos, a qualificação do cronograma teórico e as perdas teóricas e práticas devido à Pandemia. Este último, Geferson Pellegrini destacou ser um ponto importante, pois também há a necessidade de refletir sobre o que a Pandemia acrescentou à formação dos residentes.
“Outras demandas também apareceram nos formulários, a exemplo de uma maior conexão entre residências em MFC; sobre complementação de bolsa, listagem de optativos; demanda assistencial excessiva; divulgação de análise da matriz de habilidades e competências; sobre coordenações não oriundas da MFC; acesso a plataformas de MBE; mapeamento das residências; participação em GT; R3 em acupuntura ou PICS e estruturas inadequadas da UBS”, completou Pellegrini.
A Oficina Nacional ocorreu até o dia 27 de março, na Escola Superior de Ciências de Saúde, em Brasília.