Por iniciativa da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) foi produzido projeto piloto Cuidado Integral à Saúde, assinado hoje, dia 11 de fevereiro entre Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC), Institute for Healthcare Improvement (IHI), o Hospital Alemão Oswaldo Cruz (HAOC) e a própria ANS.
O projeto é uma das modalidades do Programa de APS, que foi concebido ainda com outra modalidade: a Certificação de Boas Práticas em APS, por meio de Entidades Acreditadoras reconhecidas pela ANS. Os projetos-piloto são organizados com operadoras voluntárias, ainda não estruturadas para a certificação, mas que desejam trabalhar o modelo de Atenção Primária à Saúde. Dessa forma, representam uma etapa preparatória para que as operadoras se capacitem para a implantação da Certificação de Boas Práticas em APS.
Participaram da assinatura Daniel Knupp, presidente da SBMFC, Paulo Bastian, diretor presidente do Hospital Alemão Osvaldo Cruz, Rodrigo Aguiar, diretor de Desenvolvimento Setorial da ANS, Ana Paula Cavalcante, gerente de estímulo e inovação da ANS e Fernando Faraco, Adjunct Faculty Instructor do IHI.
Na fala de abertura, Rodrigo Aguiar, explica que o objetivo do projeto sempre foi chegar neste no momento de assinatura para a efetivação. “O acordo prevê a união de uma série de parceiros para que possa haver mudanças na APS da saúde suplementar ao promover a mudança de forma efetiva e concreta. Há mais de dois anos que a ANS conversa com os parceiros aqui presentes, sempre acreditando na real capacidade da mudança. Um agradecimento especial ao Daniel Knupp que atua com a ANS desde antes da aprovação e colaborou com a construção do documento para ser mais técnico com o conceito da Atenção Primária e Medicina de Família e Comunidade e também ao Gustavo Gusso que contribuiu grandemente também”.
Daniel Knupp agradeceu ao auditório lotado pela presença e aos parceiros que tanto colaboraram na construção do projeto que nasceu de um alinhamento de princípios que poderiam abordar um modelo assistencial na saúde suplementar, mas foca implementação de serviços da atenção primária na saúde suplementar que necessitam de congruência e pessoas que pensam semelhante com os mesmos princípios para os serviços de saúde. “E isso o que aconteceu com essa parceria. E é uma satisfação poder participar com parceiros que defendem as mesmas ideias para ações na saúde. Por isso, entendemos que o projeto terá um grande sucesso e auxiliar as operadoras e desenvolverem a reforma de atenção”.
Após a assinatura, o evento prosseguiu com palestras. A programação está disponível no link: https://bit.ly/2uHWzHw.
Knupp ministrou o tema Relevância da Atenção Primária à Saúde na Saúde Suplementar com dados que já são conhecidos, porém que merecem ser contextualizados.
“A saúde suplementar cuida de ¼ das pessoas no Brasil. De forma que uma retração no setor pode representar um ônus significativo para os serviços públicos, muitas vezes já em seus limites operacionais. Atualmente temos um modelo de cuidado fragmentado, onde que está o grande problema. Embora existam redes de atenção, elas se dão muito mais com um conjunto de prestadores voltados a atender as exigências regulatórias do setor do que como uma rede de fato. São serviços em geral centrados na doença, no contato pontual com os serviços e na atuação dos especialistas focais. Não existe um papel do cuidado integral e o olhar do indivíduo como um todo de acordo com suas necessidades de saúde”.
Confira o material apresentado na palestra: Relevância da APS na Saúde Suplementar – ANS.