CÂNCER DE MAMA
Definição
Para compreender o câncer de mama é necessário entender o que é o câncer. Esta doença tão temida pode afetar qualquer órgão do corpo e é conseqüência de alterações no DNA que levam à multiplicação de células defeituosas, por isso, geralmente tem forma de tumor.
No câncer de mama a proliferação celular “bagunçada” acontece nos ductos que drenam o leite. Este crescimento é lento e leva aproximadamente oito anos para que o tumor tenha tamanho suficiente para ser detectado no exame clínico.
O câncer de mama é provavelmente o mais temido pelas mulheres, por seus efeitos psicológicos, que afetam a percepção da sexualidade e a própria imagem pessoal.
É importante ressaltar que 65-80% das mulheres com câncer de mama não apresentam fatores de risco conhecidos, por isso todas devem ser consideradas sob risco e submetidas ao rastreamento de rotina.
Diagnóstico
O câncer de mama freqüentemente não causa sintomas e, diferentemente do que muitos pensam, não dói. O tumor se apresenta com consistência endurecida e, às vezes é possível observar mudança no formato da mama, envolvimento da pele, inflamação local, ínguas nas axilas e/ou secreção através do mamilo (geralmente transparente como “água de rocha”).
A avaliação das mamas é realizada, de maneira complementar, por meio do auto-exame, do exame clínico e do rastreamento com mamografia.
O auto-exame é realizado pela própria mulher de modo sistematizado e metódico, afim de que ela conheça detalhadamente as suas mamas, o que facilita a percepção de quaisquer alterações.
O exame clínico é parte fundamental do atendimento por profissional da saúde e deve ser realizado sempre em todas as mulheres, independentemente da faixa etária.
A mamografia é o melhor método para identificar anormalidades da mama. É um exame um pouco desconfortável, porém os benefícios de sua realização são evidentes. Deve ser realizada a cada dois anos entre os 50 e 69 anos e de acordo com a expectativa de vida após os 70 anos. Quando existe história de câncer de mama em parentes de primeiro grau há indicação para realizar o exame anualmente a partir dos 35 anos.
Epidemiologia
O câncer de mama é o câncer mais freqüente nas mulheres brasileiras, sendo relativamente raro antes dos 35 anos de idade, mas acima desta faixa etária sua incidência cresce rápida e progressivamente.
No Brasil, o risco de desenvolver câncer de mama foi estimado, para o ano de 2010, em 49 casos a cada 100 mil mulheres.
Tem-se a impressão de que é uma doença exclusivamente do sexo feminino, mas aproximadamente 1% dos casos acontece em homens.
Quando é diagnosticada em fases iniciais a doença tem bom prognóstico e se tratada oportunamente tem taxa de sobrevida superior a 90% em cinco anos.
O que eu posso fazer?
Realizar o auto-exame mensalmente e dê preferência longe do período menstrual. Não se pode esquecer que o exame das mamas feito pela própria mulher não substitui o exame físico realizado por profissional de saúde (médico ou enfermeiro) qualificado para essa atividade.
Como eu posso prevenir?
- Ter uma dieta equilibrada, com consumo de frutas e verduras.
- Praticar regularmente exercícios físicos.
- Evitar bebidas alcoólicas.
- Não fumar e evitar contato com a fumaça do cigarro.
- Não usar hormônios de reposição para menopausa por mais de cinco anos.
- Praticar o aleitamento materno.
Quando devo procurar meu Médico de Família e Comunidade?
Anualmente para realizar o exame ginecológico de rotina com avaliação das mamas. Após os 50 anos para e submeter-se a mamografia com acompanhamento médico adequado.
O que minha comunidade pode fazer?
Realizar a conscientização das mulheres para a importância do rastreamento anual, por meio de palestras educativas ou, até mesmo, em rodas de conversas entre vizinhas.
Onde conseguir mais informações?
BRAISL. Controle do câncer de mama: documento de consenso. Rio de Janeiro, 2004. Disponível em: <http://www.inca.gov.br/publicacoes/Consensointegra.pdf>. Acesso em: 26 fev. 2011.
BRASIL. Estimativa 2010: incidência de câncer no Brasil. Rio de Janeiro, 2009. Disponível em: <http://www.inca.gov.br/estimativa/2010/>. Acesso em 26 fev. 2011
INCA. Instituto Nacional de Câncer. Câncer de Mama. Disponível em: <http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/tiposdecancer/site/home/mama/cancer_mama+>. Acesso em: 28 fev. 2011.
KASPER, D. L. Harrison Medicina Interna. 16.ed. Rio de Janeiro: McGraw-Hill, 2006. cap.5.
MAGNANI, A.M.; CARVALHO, P.M.R.S. Estudo da Sobrevida em Pacientes com Câncer de Mama Atendidas no Ambulatório de Mastologia da UNIVALI.
Monografia (Graduação) – Curso de Medicina, Centro de Ciências da Saúde, Universidade do Vale do Itajaí. Itajaí, 2010.
MENKE, C. H. et al. Rotinas em Mastologia. 2.ed. Porto Alegre: Artmed, 2007.
SBM-FEBRASGO. Sociedade Brasileira de Mastologia e Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia. Projeto diretrizes: câncer de mama, prevenção primária. ago. 2002. Disponível em: <www.projetodiretrizes.org.br/projeto_diretrizes/025.pdf >. Acesso em: 28 fev 2011.
*Autora: Ana Magda Magnani