Controle da asma pode ser feito em estações de baixa temperatura

21 de junho de 2019

O Grupo de Trabalho de Problemas Respiratórios da SBMFC orienta sobre a doença que tem alta prevalência no Brasil, principalmente no outono e inverno, com foco no Dia Nacional de Controle da Asma, datado em 21 de junho. 

A asma (também conhecida como “bronquite asmática” ou como “bronquite alérgica”) é uma doença muito prevalente, sendo um dos principais motivos por busca de atendimento na atenção primária e nos serviços de urgência e emergência.  Acomete os pulmões, sendo acompanhada de uma inflamação crônica dos brônquios (tubos que levam o ar para dentro dos pulmões). Apesar dos progressos no conhecimento das causas e dos mecanismos envolvidos na asma e dos tratamentos disponíveis a asma ainda nos dias de hoje continua sendo um problema de saúde pública que pode levar à morte.  

Baixas temperaturas e asma 

“O objetivo principal do tratamento da asma é alcançar o seu controle. Recomendações atuais enfatizam o manejo através da classificação por nível de controle, sendo classificada em: controlada; parcialmente controlada e sem controle. O controle da asma se inicia  por meio  de uma boa relação médico paciente e tem como  componentes essenciais : a educação para  execução correta da  técnica inalatória com reavaliações a cada consulta; avaliação da  adesão adequada ao tratamento;  uso correto do espaçador;  adequação da dosagem do corticoide inalatório (reduzindo a  dosagem quando o paciente estiver controlado ou aumentando  de acordo com as diretrizes de tratamento se  o paciente não estiver controlado);  e  orientação para  medidas de controle ambiental “, explica Luis Camilo Batista, membro do GT. 

Batista ainda reforça que mesmo no outono ou em outros períodos de tempo seco é possível controlar a asma. As baixas temperaturas, fazem com que as pessoas fiquem em locais fechados por mais tempo, favorecendo a circulação dos vírus, tais como o da gripe e o do  resfriado. “Além disso, o tempo pode ficar mais seco, o que também impulsiona certas alergias respiratórias e viroses.  As viroses são os fatores desencadeantes mais comuns para a exacerbação da asma. Diante disso, é importante manter o ambiente o mais higiênico possível, evitando o contato do paciente com elementos desencadeantes de crise, sejam alérgenos ou irritantes”. 

Recomendações para controle da asma: 

  • Orientar os fumantes a não fumarem em ambiente domiciliar;
  • Os animais devem ser mantidos fora de casa, ou no mínimo, não entrarem nos quartos de dormir;
  • Colchões e travesseiros devem ser forrados com material impermeável.  O forro deve ser lavado periodicamente;
  • Alguns desinfetantes podem reduzir a proliferação de ácaros em casa;
  • Baratas devem ser combatidas, pois estão relacionadas à alergia e maior gravidade da asma.

Confira artigos sobre o tema, publicados na RBMFC: https://bit.ly/2RsCYly

Espaçador 

Os fármacos utilizados no tratamento da asma  podem ser de uso oral, inalatório ou injetável. A inalação é considerada a via preferencial. Existem três estratégias para ministrar drogas inalatórias: nebulização, jato de aerossol com dose fixa e inalação de pó seco. O uso de espaçador com aerossóis dosimetrados é recomendado em criança de até 6 anos de idade. Nesta faixa etária são contraindicados os inaladores de pó seco.