Em 1 de dezembro, Dia Mundial de luta contra à Aids, a Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade reforça a necessidade do diagnóstico precoce e a importância do tratamento para o HIV
No Dia Mundial de Luta Contra à Aids, a Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC) apoia o tema estipulado para 2018 pela Organização Mundial da Saúde: “Conheça seu status, dê fim à aids”. A campanha realizada todo ano, tem o objetivo de detectar precocemente o HIV, prevenir novos casos, educar e promover conhecimento e informação sobre o vírus que atinge 120 mil novas pessoas a cada ano, apenas na América Latina, segundo a Organização Panamericana de Saúde (OPAS).
Considerado um problema global de saúde pública, 1 a cada 4 pessoas não conhece o status da doença, o que pode acarretar em sérios problemas de saúde. Pessoas que vivem com HIV precisam de cuidados de rotina e tratamento, podendo encontrar apoio nas unidades básicas de saúde. “O Médico de Família, com sua prática centrada na pessoa, pode ajudá-la escolher as melhores formas de se prevenir do HIV, incentivando o uso do preservativo, prescrevendo quando necessário a Profilaxia Pós Exposição (PEP) ao HIV ou indicando a Profilaxia Pré Exposição ao HIV (PrEP), incentivando a testagem de rotina, usando teste rápidos, diagnosticando precocemente, iniciando o tratamento e incentivar a adesão para que a pessoa fique e mantenha-se indetectável”, explica Ronaldo Zonta, médico de família e comunidade, membro da SBMFC.
É preciso aumentar o conhecimento dos profissionais de saúde para diminuir o preconceito e melhorar o atendimento a populações que são mais vulneráveis ao HIV, como é o caso das mulheres negras que tem chance de morrer de HIV duas vezes maior que uma mulher branca. Ou como as pessoas trans, gays, homens que fazem sexo com homens, profissionais do sexo, pessoas privadas de liberdade ou com problemas de saúde mental. Zonta explica que o treinamento dos profissionais em habilidades de comunicação pode ajudar algumas perguntas a aumentar a procura as unidades básicas para fazer o teste de HIV e tratar. “Essas pessoas geralmente estão em posições socioeconômicas inferiores, como acontece com, por exemplo, com a diferença salarial entre mulheres e homens, negros e brancos. Enfrentam dificuldades de inserção em escolas e ambientes de trabalho. Tem maior dificuldade de acessar os recursos de testes e tratamento, muitas vezes são rechaçadas pela recepcionista do serviço de saúde ou pelos próprios profissionais de saúde devido à sua cor ou identidade de gênero, ou outra característica pessoal”.
Sobre o tratamento
O Sistema Único de Saúde disponibiliza tratamento gratuito, desde o diagnóstico até a distribuição dos medicamentos necessários. É um dos melhores tratamentos existentes no mundo. Mesmo assim, ainda há necessidade de novas Políticas Públicas e um olhar mais atento para as pessoas que vivem com HIV.
Campanhas como o Dia Mundial, que são promovidas por diversas instituições são importantes para reforçar a conscientização de prevenção, diagnóstico e adesão ao tratamento, porém, é preciso falar o ano todo, mas apenas em datas específicas.