Cidades como o Rio de Janeiro e Manaus já enfrentam a ameça de ressurgimento do sarampo, vírus erradicado do Brasil há quase 20 anos. Entre os motivos, está à diminuição de adesão da vacina, disponível gratuitamente nas Unidades Básicas de Saúde espalhados no Brasil. A Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC) orienta sobre a doença que é mais comum em crianças, mas que também acomete adultos, e se não tratada, pode levar o paciente à morte. E qualquer dúvida sobre a vacina contra o sarampo e outras, não hesite em consultar os médicos de família e comunidade que atuam nas Unidades Básicas de Saúde de todo o país e podem esclarecer todos os questionamentos.
“Quando criança, a aplicação da vacina Tríplice Viral protege contra doenças que apesar de parecerem inofensivas, em alguns pacientes se dá em formas graves e que se não diagnosticadas em tempo hábil, causam danos irreversíveis à saúde. Vacinar crianças e adultos é uma causa de saúde pública, não só individual, mas também de toda a população que hoje está livre de doenças pelas diversas campanhas realizadas pelo Ministério da Saúde”, explica Denize Ornelas, médica de família e comunidade, diretora da SBMFC.
O sarampo pode ser prevenido com três tipos de vacinas diferentes: a Dupla Viral (SR), com proteção contra o sarampo e a rubéola; a tríplice-viral (SCR), que protege contra sarampo, caxumba e rubéola e a tetraviral que protege contra essas três, mais a varicela, conhecida como catapora (SCR-V).
Confira mitos e verdades do sarampo:
1. A vacina provoca Autismo. MITO. A vacina é segura e não apresenta riscos de desenvolvimento de autismo, conforme notícias falsas estão propagando pela internet. Entre os efeitos colaterais mais comuns da tetraviral (SRC-V), está a febre que acontece em até 15% dos vacinados, mas é reação considerada normal até 12 dias após a aplicação.
2. A vacina previne só o indivíduo. MITO. A vacinação é a única forma de prevenção para evitar surtos e epidemias pois quanto mais indivíduos vacinados, menos chance de circulação entre os humanos o vírus tem. Por ser uma doença transmitida pelas gotículas da saliva por tosse e também espirros, crianças e pessoas não vacinadas estão suscetíveis.
3. Ambientes fechados são mais propícios para contaminação. VERDADE. Em temperaturas baixas, é comum a população deixar lugares fechados, mesmo com fluxo alto de pessoas, como ônibus, igrejas, lojas, escolas e hospitais. Porém, é imprescindível deixar janelas e portas abertas para circulação de ar e evitar outras doenças, além do sarampo, como a caxumba.
4. O esquema de proteção vacinal é feito apenas em clínicas particulares. MITO. Todas as vacinas estão disponíveis pelo Ministério da Saúde gratuitamente e podem ser adquiridas nas Unidades Básicas de Saúde. Quando criança, a vacina deve ser aplicada em duas doses: a primeira dose é feita aos 12 meses de idade com a vacina da Tríplice viral, que protege contra caxumba, sarampo e rubéola e a segunda, dos 15 meses até aos 12 anos. No Brasil, a segunda dose é feita com a tetraviral, que também incluía a proteção contra varicela.
Quando não realizada na infância, a segunda dose pode ser aplicada na adolescência e na vida adulta com a mesma tríplice viral SCR. O ideal verificar a necessidade de se vacinar, independentemente da idade.
5. O vírus está livre do sarampo e não existe risco de epidemias. MITO. A partir da década de 90, com a efetividade da distribuição da vacina em todo o território nacional, o país ficou livre da doença. Porém, com a chegada de imigrantes não vacinados, a queda de cobertura vacinal entre os brasileiros por falta de vacina e aumento dos grupos de pais resistentes ao procedimento, temos muitas crianças e adolescentes que podem desenvolver a doença e o vírus passa a circular, provocando alguns surtos isolados. Se os surtos não são bloqueados a tempo com a vacinação, podem provocar uma epidemia mais grave, pelo vírus ser altamente contagioso. Além disso, é possível que nem todas as Unidades Básicas tenham a vacina disponível aumentando o risco de surto.
6. Grupos de risco devem ser prioritariamente vacinados. VERDADE. As populações mais vulneráveis ao sarampo são aquelas que vivem e atuam profissionalmente em locais de grande circulação de pessoas em fase migratória, como portos e aeroportos, pois nem todos os países garantem um sistema e controle vacinal como o Brasil, que tem um dos melhores calendários e esquemas de distribuição vacinal do mundo. Os profissionais de saúde também devem manter sua vacinação em dia.
7. Os sintomas iniciais podem ser confundidos com a gripe. VERDADE. Entre os sintomas mais comuns estão febre, tosse, mal estar e corrimento nasal, que são seguidos de manchas vermelhas no corpo, que duram aproximadamente três dias. Essas manchas são os principais indícios de contaminação do vírus. Em casos mais graves, a criança ou pessoa pode ter infecção nos ouvidos e desenvolver pneumonia. Convulsão também pode acontecer.
Para consulta das referências: http://