O Seminário Diversidade e Sexualidade – a APS Quebrando Tabus, realizado entre os dias 20 e 22 de abril, na sede da Universidade de São Caetano do Sul, reuniu estudantes e jovens médicos, além de profissionais de saúde que atuam na APS, tais como psicólogos e fisioterapeutas. Organizado pelo Grupo de Trabalho de Gênero, Sexualidade, Diversidade e Direitos da SBMFC, o evento contou com comissão composta por membros da Associação dos Médicos de Família e Comunidade do Estado do Rio de Janeiro (AmFac-RJ) e Associação Paulista de Medicina de Família e Comunidade (APMFC).
“O objetivo do evento foi discutir a responsabilidade dos profissionais da Atenção Primária, em especial do médico de família sobre a diversidade e sexualidade, com ênfase nas questões assistenciais e de formação profissional. O Seminário contou com mesas-redondas e oficinas. O MFC é responsável pelo cuidado integral e pela atenção centrada na pessoa. A importância da competência cultural e debate dos temas apresentados reforçou esse aspecto durante as atividades oferecidas. Estamos preparando uma nova edição mais ampla para 2019”, explica Débora Teixeira, coordenadora do GT.
O Grupo de Trabalho de Gênero, Sexualidade, Diversidade e Direitos trouxe a importância de discutir o tema com jovens médicos e estudantes por diversos aspectos. Primeiro, por identificar as lacunas na formação, já que as temáticas sobre gênero e sexualidade são colocadas como transversais e poucos discutidas e que quando o médico se forma, existe uma grande fragilidade dos pontos de vista teórico e instrumental para lidar com situações no dia a dia do atendimento ao paciente. “Nesse sentido, a Atenção Primária é um cenário privilegiado, no qual lidamos com pessoas em diferentes ciclos de vida, mas mesmo assim precisamos ampliar o debate e conhecimento. O primeiro movimento importante do seminário foi a possibilidade de ampliar o repertório desses jovens profissionais. Neste processo estamos construindo a nossa capacidade de fazer melhores perguntas”, ressalta Débora.
A médica de família e comunidade que atua no Rio de Janeiro reforça que, mais do que trazer respostas prontas, é preciso aprender a desenvolver melhores perguntas e a capacidade de buscar conhecimento. Por isso, o seminário também respondeu a necessidade dos jovens de discutir um assunto que precisa de outros campos de conhecimento para dialogar. A participação de pessoas de todos os campos, desde líderes religiosos, jornalistas, acadêmicos, ativistas e militantes, além de professores universitários foi agregada para que pudesse trazer cada um, sua visão de campo.
Outro aspecto abordado foi a possibilidade de evidenciar trabalhos pioneiros e inovadores. A mesa de discussão sobre formação médica no campo da diversidade e sexualidade, que trouxe experiências interessantes na prática da graduação e na pós-graduação. “Foi muito bom ver programas de residências, disciplinas que já estão pensando nesse sentido que possam servir de exemplos para todos”, conclui Débora.
O GT organiza a segunda edição do Seminário que será em abril de 2019, na cidade do Rio de Janeiro devido a grande procura e participação do público. A comissão organizadora já está definida e em breve, as informações complementares para inscrições serão divulgadas nas redes da SBMFC.