Quais são as necessidades dos refugiados e como os médicos de família podem prestar um melhor cuidado? O tema foi abordado em simpósio realizado na 21ª Conferência Mundial WONCA de Médicos de Família, no dia 4 de novembro, com a participação de especialistas do Equador, Holanda, Canadá, Turquia, Grécia e Portugal.
A MFC Maria Van Den Muijsenbergh, da Holanda, iniciou o painel com um panorama sobre a saúde dos refugiados no mundo. Segundo ela, a maioria dos problemas de saúde dessa população são relacionados à guerra. Casos de infecções das vias aéreas e gastrointestinais são comuns, assim como subnutrição e desidratação, devido às circunstâncias da fuga.
Maria também destacou os problemas relacionados à gravidez por causa da falta de pré-natal e descanso necessário. A longo prazo, a MFC destacou o impacto dos traumas na saúde mental.
Para ela, a discriminação é a grande barreira para o acesso dos refugiados à saúde. Outros entraves citados por Maria são as barreiras organizacionais e financeiras, e a falta de informação.
Segundo ela, o aspecto mais importante para os médicos de família é uma atitude apaixonada em ultrapassar barreiras linguísticas e culturais para que os refugiados confiem no atendimento médico. “A medicina centrada na pessoa é o que podemos oferecer e isso considero o mais importante.”
A estudante Ana Lúcia Gomes Costa, de Portugal, destacou a importância de entendermos a diversidade cultural que nos cerca. Segundo ela, a maior dificuldade da atenção à saúde dos refugiados está relacionada à comunicação, por causa das barreiras linguísticas e culturais. “Os profissionais de saúde que vão atender essa população precisam conhecer o histórico dessas pessoas: quem elas são, de onde vieram e a que tipo de traumas foram expostas.”
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