O sistema de saúde dos Estados Unidos foi analisado e discutido pelos médicos de família Tochi Iroku Malike, Michael Grady e Glen Stream na tarde do dia 3 de novembro, durante o WONCA 2016.
Tochi falou sobre os gastos do sistema e a pirâmide da população norte-americana entre 2000 e 2030. A especialista discorreu sobre os custos com o envelhecimento da população, a importância dos cuidados paliativos e questionou se o país tem investido em saúde da forma correta em benefício dos pacientes.
Em seguida, Grady falou sobre o financiamento do sistema de saúde norte-americano, a lei de saúde acessível (Obamacare) e os desafios para os médicos de família individualmente. Segundo o especialista, o sistema de saúde dos Estados Unidos não é considerado um direito humano básico, mas sim um commodity. No ranking mundial, o nível dos Estados Unidos é muito baixo, está no número 37 na lista da Organização Mundial da Saúde (OMS). “Temos despesas e custos de saúde que representam 17% do PIB, mais que o dobro da média de países similares. Ainda assim, milhões de pessoas não são cobertas pelo sistema de saúde.”
Grady revelou ainda que há uma frustração na prática médica diária por causa das burocracias, registros eletrônicos, receitas médicas repetidas. “Não é uma época fácil para os médicos de família dos Estados Unidos, muitos estão desenvolvendo síndrome de burn out. Precisamos consertar esse cenário.”
Segundo o especialista, a lei de acessibilidade aos serviços de saúde (Obamacare) pode expandir os limites da elegibilidade que, até então, foi apresentada como a melhor solução para não assegurados. Grady refletiu se algum dia o país vai reconhecer que a saúde como um direito humano básico? “Há esperança em ampliar a cobertura do sistema de saúde dos Estados Unidos.”
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