Seguindo a programação internacional do WONCA 2016, a mesa redonda “Igualdade no acesso à saúde no mundo, o que os médicos de família e clínicos gerais podem fazer para melhorar a saúde?” debateu pontos importantes e indicadores de outros países.
O primeiro palestrante, Joseph Scott-Jones, da Nova Zelândia, abordou a pobreza nas comunidades rurais e o acesso à saúde nestas regiões. Na sequência, Ramam Kumar, da Índia, mostrou dados sobre a saúde e os principais obstáculos de seu país. “Existem duas Índias: uma brilhante e uma bem pobre”, apontou Kumar em uma das capas da revista Times, dos Estados Unidos.
Raman revelou que, em seu país, é possível mudar de sexo, nome e estado, mas a casta – separação de classes – vai acompanhar o cidadão e todos de sua família até a sua morte. Neste ponto, ele destacou que castas mais pobres amargam uma vida difícil e com pouco acesso à saúde. Para ele, é importante falar sobre direitos. “Há um dispositivo de representatividade das tribos e raças, mas eles precisam ter representatividade no governo, nas decisões.”
A questão de gênero foi discutida quando Kumar apontou que o controle de natalidade faz com que famílias escolham filhos homens, apontando uma queda na população feminina e, de alguma maneira, discriminação com mulheres.
Salman Rawaf, membro do Centro de Colaboração da OMS para a Saúde da Família do Reino Unido, abordou pontos importantes na distribuição de saúde para a população e como a economia, estilo de vida e emprego afetam a população. O médico mostrou que em diferentes cidades a expectativa de vida tem diferença de 20 anos. “A dieta é uma das grandes predominantes neste cenário”, aponta Rawaf.
Em linhas gerais, na Inglaterra, 1% da população idosa consome 22% dos recursos destinados à saúde, sendo que em toda nossa vida o sistema de saúde contribui em apenas 15% das situações.
O especialista britânico reforçou ainda que temos hoje o desafio de lidar com o Big Data. “Estamos na geração de amplo conhecimento e acesso à informação, precisamos aprender a lidar com estes dados”. afirmou Salman. Ele apontou que hoje pacientes relatam nas mídias sociais seu estado de saúde e sucesso com determinados medicamentos. “Acredito que ainda não estamos preparados para gerenciar esta quantidade de informações” finalizou o médico.
Durante o painel, sob os olhos atentos dos congressistas, estava Amanda Howe, atual presidente do WONCA, que felicitou os palestrantes e seguiu para o ciclo de discussões após as falas.
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