A maioria das pessoas diagnosticadas com diabetes e que fazem uso de medicamento oral na região oeste de Ribeirão Preto, interior de São Paulo, são mulheres (58,3%). É o que mostra uma pesquisa da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. O estudo do pesquisador Pedro Tadeu Istilli também aponta que apenas 25% dos participantes aderem plenamente ao tratamento com medicamento oral e só 35% não se esquecem do horário do medicamento. Somente 55% acreditam que os remédios trarão resultados positivos.
Os diabéticos diagnosticados há menos de cinco anos (13%) acreditam mais no tratamento feito com medicamentos orais, do que aqueles que receberam o diagnóstico da doença há mais de 11 anos (63,4%). Esses, inclusive, apresentam resistência ao tratamento. O resultado dessa baixa adesão dos pacientes ao tratamento prescrito “pode ser um determinante para o aumento do número de complicações como cegueira, problemas nos nervos, problemas de circulação do sangue e doenças renais”, afirma Istilli. Além disso, de acordo com o pesquisador, esses pacientes podem desenvolver má qualidade de vida.
Segundo o autor da pesquisa, que analisou 60 pessoas do município, a Secretaria Municipal da Saúde forneceu as informações de 1.298 diabéticos que receberam insulina da farmácia pública em 2013. Desses, 98 aceitaram participar da pesquisa, mas apenas 60 preenchiam os pré-requisitos necessários, que eram utilizar o medicamento oral para o diabetes, ter idade maior que 18 anos e aceitar a participação na pesquisa.