São Paulo – Duas pesquisas sobre o câncer de próstata, publicadas na revista New England Journal of Medicine, abriram novamente a polêmica sobre a validade dos exames periódicos para detectar a doença. Os estudos – realizados nos EUA e na Europa – chegaram a conclusões divergentes sobre a eficácia do exame PSA, que mede a dosagem da proteína Antígeno Prostático Específico.
Nos EUA, onde a dosagem de PSA tem ampla indicação pelos médicos, os pesquisadores avaliaram 76 mil homens e concluíram que o exame não salvou vidas. Na Europa, continente em que a prática não faz parte da rotina, uma pesquisa com 162 mil homens apontou que a realização do exame reduziu em 20% as mortes. Enquanto isso, a indicação das sociedades médicas é que a decisão de fazer ou não os exames de rotina (que incluem o toque retal) seja tomada pelo paciente, sempre com o auxílio de seu urologista.
No Brasil, a questão também se tornou polêmica no final de 2008, quando o Instituto Nacional de Câncer (Inca) desaconselhou o rastreamento por meio de exames de PSA e de toque retal para prevenção do câncer de próstata em homens sem os sintomas da doença. A decisão repercutiu mal entre os especialistas e pouco tempo depois o instituto acabou alterando seu posicionamento.
A orientação da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) é que os exames sejam feitos. "Entre o início da doença e a morte do paciente existe um período de cerca de 13 anos", diz o chefe do Departamento de Uro-Oncologia da SBU, Carlos Corradi. "A pesquisa americana não tem ainda dez anos, por isso é cedo para afirmar que os exames são ineficazes."
Com informações do Estado de S. Paulo