Foi realizado entre os dias 21 e 22 de novembro, em São Paulo, o seminário “Organização e Gestão de Serviços de Saúde em Países Desenvolvidos (com ênfase em APS): estrutura, processo e resultado" coordenado pelos médicos generalistas espanhóis, Juan Gérvas e Mercedes Péres Fernández.
Organizados por Gérvas e Mercedes em uma roda de discussão (foto), os cerca de 30 participantes, entre médicos de família, enfermeiras e residentes, discutiram aspectos referentes a importância da qualidade do sistema sanitário para o desenvolvimento de um país, em especial, no âmbito da saúde, tendo como foco a atuação do MFC. “É fundamental que o médico de família entenda seu papel no sistema sanitário e atue dentro dele. O sistema sanitário não salva vidas. Todos que nascem, morrem um dia. O sistema prolonga a vida”, afirmou o espanhol.
Durante o debate, o presidente da SBMFC, Gustavo Gusso, relatou que os problemas enfrentados pelos profissionais da área são muitos e reforçou a colocação de Gérvas, de que entender como atuar na comunidade é um passo essencial para os médicos de família. “No mundo, não só aqui no Brasil, às vezes perdemos o foco e queremos fazer promoção de saúde, proteção e nos dedicamos a problemas que não são propriamente da área da saúde. Nós temos que resolver os problemas dos pacientes”, disse.
Gusso também chamou a atenção para a falta de um plano de carreira adequado para os médicos de família. Segundo ele, é preciso delimitar o que é ou não parte do escopo de trabalho desse profissional, pois por atuar dentro das comunidades e diretamente com a população, acaba se envolvendo com os problemas vividos ali. “Aqui (Brasil) não tem um plano de carreira, então os profissionais sofrem muitas pressões para resolver problemas que não são da área da saúde, como educação, problemas no trânsito e segurança, entre outros e por ausência de definições claras, acabam ficando perdidos”, ressalta Gusso.
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