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SBMFC entrevista Maria Inez Padula – vamos falar sobre a 7ª Cumbre Iberoamericana de Medicina Familiar?

10 de março de 2018

Maria Inez Padula* é Presidente da Confederação Iberoamericana de Medicina Familiar CIMF/WONCA (2013-2018) e Presidente da Sociedade Brasileira de Medicina de Familia e Comunidade SBMFC gestão 2004-2008. 

 

O evento será realizado entre os dias 13 e 14 de março, em Cali, Colômbia. Acesse o site oficial do evento: https://goo.gl/FjzWTb

 

SBMFC: Semana que vem, a Cumbre iniciará a 7ª edição. Qual o principal fator de sucesso do evento? 

Maria Inez: Esta 7a Cumbre traz como tema central a Violência, como um dos maiores problemas de Saúde do mundo atual e o papel da Atenção Primária e da Medicina de Família e Comunidade na sua abordagem. Mais do que isso, qual nosso papel na Construção de uma cultura da Paz. Outros temas também de grande relevância na atualidade: Pesquisa no território; Impacto econômico da APS; Papel do MFC na Saúde Mental, P4; Saúde dos Migrantes. Vai ser uma das maiores cumbres em termos de participação, cerca de 250 pessoas e contaremos com a presença de 5 Ministros mais outras autoridades de saúde da Iberoamerica. Este conjunto de dados explicam o sucesso desta cumbre, que tem uma dinâmica diferente. Ela se baseia em algumas mesas redondas/painéis e trabalho de grupos em cima dos temas centrais da cumbre. São produzidos também documentos – a ser publicados na RBMFC, inclusive, sobre estes temas centrais.

 

 

SBMFC: Qual a justificativa para a escolha do tema: Quarenta anos de Alma-Mata: Medicina Familiar y Salud Familiar, un camino para la Paz? 

Maria Inez: Já se passaram 40 anos desde a conferência mundial de saúde, promovida pela OMS, que trouxe a necessidade fundamental de que a Atenção Primária estivesse no centro das reformas sanitárias de todos os países se quiséssemos alcançar saúde para todos no ano 2000. Já se passaram 40 anos e na América Latina, os avanços neste sentido foram poucos. Ainda estamos longe. Por isso este tema, incluindo a necessidade da participação da Medicina de Família na APS e, incluindo um dos maiores desafios do mundo de hoje que é construir uma sociedade de Paz.

 

SBMFC: Qual a expectativa para o evento? 

Maria Inez: Além do que comentei acima, a expectativa é que a Carta de Cali que será lida ao final do evento reúna informações e diretrizes valiosas para todos os que almejam e trabalham por sistemas de saúde dignos, acessíveis e de qualidade para toda a população, sem diferença de cor, sexo, idade ou classe social. Está prevista também uma Carta dos Ministros que estarão presentes na Cumbre.

 

SBMFC: Por que a Colômbia foi a escolha para a 7ª edição?

Maria Inez: Cada vez que temos uma Cumbre, dois anos antes, os países que compõem a CIMF tem a oportunidade de se candidatar. Desta vez a Colômbia se candidatou e foi a mais votada entre dois países concorrentes, depois de já haver tentado no ano anterior. 

 

SBMFC: A senhora já foi presidente da SBMFC e agora da CIMF. Como é liderar todos os profissionais que atuam na APS na região Iberoamericana? 

Maria Inez: Considero uma honra e uma oportunidade impar. Naturalmente, dá muito trabalho. O Brasil é muito grande, temos mais estados do que a CIMF tem de países, mas o idioma é um só, o horário é um só, a situação é mais conhecida. No caso da CIMF, Portugal e Brasil somos os únicos de língua portuguesa, os demais falam espanhol com sotaques e diferenças linguísticas, e os fusos horários são diferentes e as realidades mais ímpares. Mas ao final, e como fui reeleita, penso que tudo se coordenou e posso dizer que avançamos bastante neste período em termos trabalho conjunto e colaborativo pelo desenvolvimento da MFC e da APS. Durante a minha gestão, que se conclui em outubro de 2018,  foram 5 anos, com 3 Cumbres e dois Congressos Iberoamericanos, além de todo o trabalho técnico-politico de organização da CIMF. 

 

Maria Inez Padula é Médica de Família e Comunidade (CNRM/UERJ e SBMFC/AMB). Mestrado e Doutorado Saúde Coletiva (IMS/ UERJ). Professora Adjunta do Departamento de Medicina Integral, Familiar e Comunitária – DMIF (FCM/UERJ). Coordenadora da Residência Medicina de Família e Comunidade da FCM/UERJ. Professora do Mestrado Profissional Prof-Saúde (UERJ/MS). Professora do Mestrado Profissional em Atenção Primária à Saúde (UFRJ). Presidente da Confederação Iberoamericana de Medicina Familiar CIMF/WONCA (2013-2018); Vice-presidente CIMF/WONCA/ Região Conesul (2010-2012.) Chefe do DMIF de 2007 a 2011. Presidente da Sociedade Brasileira de Medicina de Familia e Comunidade SBMFC (2004 a 2008).