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SBMFC entrevista Igor Tavares da Silva Chaves

18 de dezembro de 2020

Igor Tavares da Silva Chaves é médico de família e comunidade, especialista em Gestão da Clínica nas Regiões de Saúde. Formado em filosofia pela Universidade Federal de Santa Catarina. Atualmente trabalha como servidor público do município de Florianópolis. É diretor de titulação da SBMFC. 

SBMFC: A que você atribui o número expressivo e recorde de inscritos para a próxima prova. Na sua opinião, ao que se deve esse crescimento?

Igor: Atribuo a diversos fatores. Sem dúvidas temos como um relevante aspecto o interesse dos médicos de família do Brasil em titular-se, seja pelo número cada vez maior de cidades que preferem médicos titulados e valorizam esse profissional em seus editais de concurso público, seja pelo crescimento do mercado privado ao médico de família, na medicina de grupo e no mercado de homecare e atendimentos individuais. Além disso, o fato de termos adiado e termos tido uma única prova no ano, em função da pandemia, também foi um fator relevante. Outro aspecto importante foi a possibilidade de fazer uma prova online, no conforto da própria casa, sem o ônus de pagar uma passagem de avião e hotel em uma capital para a realização da prova, sem custos adicionais. Esses três fatores foram determinantes para tal crescimento.

SBMFC: Por meio da Diretoria, quais são os caminhos que você pensa para reforçar a importância da titulação em Medicina de Família e Comunidade?

Igor: Eu penso que a titulação deve ser cada vez mais o pré-requisito para qualificar a MFC, seja na exigência para cumprir a preceptoria, seja na comprovação da capacidade profissional e de sua qualificação como pré requisito para a atuação na APS do país, na Estratégia em Saúde da Família, mas também no mundo do consultório privado, no atendimento domiciliar e dentro dos planos de saúde. Portanto creio que nossa estratégia será facilitar o acesso à prova de título cada vez mais e incorporá-la, inclusive, na rotina avaliativa dos programas de residência, como forma de avaliar a preceptoria, os programas e seus egressos. A prova de titulação deve tornar-se também um instrumento formativo e de certificação profissional. Devemos prezar cada vez mais para que tenha qualidade e aponte os caminhos que devemos seguir para a boa prática profissional. Vamos levar a titulação aos rincões desse país e aproximar ela cada vez mais dos municípios, sendo um instrumento para comprovação e certificação da qualidade do MFC. Dessa forma conseguiremos avançar rumo a uma titulação em massa e um processo que aproxime a prova dos programas de residência e dos programas de educação permanente para os profissionais da APS.

 

SBMFC: O formato inovador da prova de título que será online nesta edição facilitou a participação de muitos candidatos. A adequação vai garantir a segurança, reduzindo o risco de contaminação por coronavírus e custos no deslocamento. Enxerga esse formato viável para futuras edições?

Igor: Eu compreendo que a prova online veio para ficar. No entanto, não é sábio afirmar que só teremos essa versão daqui para frente. Tudo vai depender de como nossos sócios e candidatos vão avaliar o instrumento. Estamos também aprendendo com o processo e nosso desejo é avançar e democratizar o acesso, prezando também pela segurança do candidato. Mas precisamos corrigir arestas e estarmos abertos para reavaliação do processo. Estou muito otimista com esse formato e creio que poderemos repeti-lo em outras edições. Mas isso dependerá da anuência de nosso sócio e de nossa avaliação enquanto diretoria. Estamos trabalhando com a ideia de um modelo misto para as próximas edições, com opção presencial, no Congresso de Medicina de Família e Comunidade e a opção online. Mas essa ideia está ainda sendo amadurecida, ponderando viabilidade, custos e aprovação da ferramenta online. Claro que nosso olhar sobre a segurança do candidato será prioridade.

 

SBMFC: A diretoria de titulação pretende estreitar o relacionamento com secretarias estaduais e municipais para estimular os médicos atuantes na APS a se titularem?

Igor: Uma de nossas metas é essa, aproximar a titulação dos municípios e estados, mostrando as vantagens em titular MFC’s para atuação em preceptoria e no cuidado relacionado à Atenção Primária à Saúde. Pretendemos trabalhar junto com outras diretorias para o estabelecimento de um portfólio que possa ser debatido junto com secretarias estaduais e municipais de saúde, com possibilidade de pacotes de desconto para aplicação da prova junto a seus médicos. Mas isso depende de muito trabalho pela frente. Ainda temos um caminho para percorrer.

 

SBMFC: Deseja compartilhar uma mensagem aos associados?

Igor: Gostaria de compartilhar meu desejo de uma Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade cada vez mais forte. E que vamos trabalhar para que possamos titular boa parte dos médicos que atuam na Estratégia de Saúde da Família, para que possamos debater com unicidade os princípios de uma boa APS. Nesse sentido não pouparei esforços para cumprir nossas metas e nosso propósito nesta Diretoria. Espero que tenhamos um 2021 melhor e que possamos crescer em sabedoria com tudo que enfrentamos até aqui. Acredito que trabalhando junto e democraticamente podemos crescer muito enquanto especialidade médica.