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Prevenindo o sobrediagnóstico: como parar de prejudicar pessoas saudáveis

13 de junho de 2014

Programas de rastreamento têm detectado casos de câncer em estágio inicial que jamais causariam sintomas ou morte; tecnologias de diagnóstico sensíveis identificam “anormalidades” tão minúsculas que continuariam benignas; ampliação das definições de doença significa que pessoas em riscos ainda muito pequenos recebem rótulos médicos permanentes e tratamentos vitalícios que não beneficiariam muitas delas. Dessa forma, acumulam-se evidências de que a medicina está prejudicando pessoas saudáveis através da detecção cada vez mais precoce e da definição cada vez mais ampla de doença. A tão elogiada capacidade da medicina de ajudar os doentes está sendo rapidamente desafiada por sua propensão em prejudicar os saudáveis. Uma literatura científica em expansão está fomentando a preocupação pública de que muitas pessoas estejam sendo sobredosadas, sobretratadas e sobrediagnosticadas. 

 
Com estimativas de que mais de US$200 bilhões sejam desperdiçados em tratamentos desnecessários por ano nos Estados Unidos, o ônus cumulativo do sobrediagnóstico representa uma ameaça significativa à saúde humana.
 
Definido estritamente, o sobrediagnóstico ocorre quando pessoas sem sintomas são diagnosticadas com uma doença que, em última instância, não faria com que apresentassem sintomas ou morressem precocemente. Definido mais amplamente, ele se refere a problemas relacionados a excesso de medicalização e sobretratamento subsequente, perigo do diagnóstico, mudança de limiares e alarmismo da doença – todos processos que ajudam a reclassificar pessoas saudáveis com problemas pequenos ou em baixo risco como doentes.
 
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Fonte: Revista British Medical Journal