Importante lembrar inicialmente que o processo de construção da ADAPS e das suas diretrizes iniciou no segundo semestre de 2019, época que outra gestão estava à frente da SBMFC.
A gestão 2020-2022 – MFC com todas as letras recebeu informações sobre a pauta ADAPS/MÉDICOS PELO BRASIL da gestão anterior, no momento de transição, que basicamente são as que foram as disponibilizadas no site da SBMFC; https://www.sbmfc.org.br/noticias/posicionamento-sobre-o-programa-medicos-pelo-brasil/
Em agosto de 2020, por iniciativa da Diretoria MFC com Todas as Letras, foi realizada uma reunião com a coordenação do curso pela UNASUS para exposição geral sobre o mesmo. Provavelmente, devido à pandemia da COVID 19 e da mudança de gestão do Ministério da Saúde, houve um retardo no movimento das ações da ADAPS, não tendo havido outras agendas ou reuniões com a gestão atual da SBMF, com a coordenação do Curso ou com a ADAPS.
Em julho de 2021, a AMB indicou, como sua representante no conselho gestor da ADAPS, a presidente da SBMFC. Vale destacar que metade das cadeiras e dos votos do Conselho corresponde a representantes do próprio Ministério da Saúde, e há vacância da cadeira do Conselho Nacional de Saúde.
Em 31 de dezembro de 2021, é lançado o edital de seleção pública para médicos para ingressar como bolsistas ou tutores na Agência Nacional de Desenvolvimento da APS – ADAPS dentro do Programa Médicos pelo Brasil.
Em final de dezembro, iniciamos contatos com a gestão da ADAPS, com o objetivo de apresentar questões que são de relevância e interesse da MFC. Através desta participação, que entendemos ser necessária até o momento, a diretoria tem pontuado que:
Solicitamos junto ao conselho da ADAPS que se proceda às seguintes alterações no edital:
Por último, avaliamos que a ADAPS não traz uma proposta de carreira sólida dentro do Sistema Único de Saúde para a MFC. Houve inclusive ampliou-se dificuldade de “passar de nível” antes previsto em 3 anos em cada categoria, agora 5 anos. Apontamos que a pauta da Carreira para MFCs, não depende somente de remuneração, mas depende especificamente de outros fatores para provimento e fixação de médicos nas UBS, como por exemplo: oferta de boa infraestrutura físico funcional no local de trabalho, capacidade resolutiva local para lidar com os problemas de saúde da comunidade, reconhecimento, valorização e crescimento profissional, motivação, equipe multiprofissional, entre outros.
Afirmamos, também, que soluções isoladas e fragmentadas não irão resolver o problema da dificuldade de provimento e fixação de médicas e médicos de família e comunidade em locais de maior vulnerabilidade ou distantes dos centros urbanos, como tem sido demonstrado por diferentes estudos ao longo do tempo.
Paralelamente, entendemos que, como SBMFC, devemos recuperar iniciativas havidas em gestões anteriores da SBMFC no sentido de discutir e apontar para a construção de um efetivo Plano de Cargos Carreira e Salários no âmbito da Estratégia Saúde da Família/SUS. Construção que garanta a justa remuneração pelo trabalho desenvolvido, com bons processos de avaliação de desempenho, remunerando também os esforços dos profissionais para crescimento na carreira, qualidade do atendimento prestado e busca por atualização da formação profissional, considerando critérios de tempo na mesma localidade e características sócio-demográficas dos locais de atuação.
Nestes nossos 40 anos de história a SBMFC já esteve envolvida em diversos momentos de construção de políticas públicas de saúde. Nossa história está enlaçada na história do SUS e da ESF. Seguiremos sempre abertos ao diálogo com todos os governos tendo a certeza dos preceitos básicos que marcam a nossa existência enquanto entidade: o fortalecimento e valorização da Medicina de Família e Comunidade, da Estratégia Saúde da Família, do Sistema Único de Saúde e do Direito Universal à Saúde.
* Nota republicada do dia 14 de janeiro, com pequenos ajustes à redação e correção de erros de digitação.