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No Dia do Médico de Família e Comunidade, APMFC promove debate sobre atuação da especialidade nas cidades paulistas

8 de dezembro de 2017

Organizado pela Associação Paulista de Medicina de Família e Comunidade, o debate  “Perspectivas para atuação do médico de família e comunidade no SUS do Estado de São Paulo” discutiu sobre a atual situação da Atenção Primária nas cidades de Araraquara, Praia Grande, São Bernardo do Campo e São Paulo. As cidades foram representadas por Cleber Suckow Nogueira, Secretário da Saúde do Município de Praia Grande, Geraldo Reple Sobrinho, Secretário da Saúde de São Bernardo do Campo,  José Carlos Arrojo Junior, coordenador do Departamento de Atenção Básica de Araraquara e Wilson Pollara, Secretário Municipal da Saúde de São Paulo.

Com abertura de Renato Walch, presidente da APMFC, o evento contou com homenagens aos fundadores da antiga Sociedade Paulista de MFC e também da então Associação Paulista de MFC que contribuíram muito para o fortalecimento da especialidade no estado de São Paulo: “Agradeço a presença de todos nesta data de construção importante e contínua, com diversos atores que fazem, no dia a dia, nossa especialidade crescer e tomar corpo, ter cada vez mais reconhecimento no cenário local e nacional. É com alegria que reunimos várias gerações de MFCS e também de gerar esse debate rico de APS. No Dia do Médico de Família e Família, que marca também um ano de gestão da atual diretoria da APMFC, agradeço aos diretores que trabalham duro, com muita vontade e de coração. Temos um desafio ano que vem que será o nosso congresso. Uma grande oportunidade para a nossa especialidade e um momento muito especial”, ressaltou Walch.

A APMFC completou 15 anos em 2017. Foi 2002 quando um grupo de jovens MFCs se reuniu e fundou a Sociedade Paulista de MFC e dois anos depois no Congresso Brasileiro de Medicina de Família e Comunidade de 2004, no Rio de Janeiro, com chamado da irmã Monique Bourget foi fundada, de fato, a APMFC.

Homenageados presentes pela APMFC:

Olga Maria Fernandes de Carvalho

Daniel Almeida Gonçalves

Roberson Jun Kitamura

Martim Elviro de Medeiros Júnior

Monique M. M. Bourget

Renata Luciana Hasegawa Fregonezi

Hugo Macedo Júnior

Giuliano Dimarzio

Sara Turcote

Fernanda Plessmann de Carvalho

Zeliete Linhares Leite Zambon

 

Além da primeira diretoria, formada em 2002:

1. Martim Elviro de Medeiros Junior – Presidente

2. Leomax Araújo da Silva – Vice Presidente.

3. Paulo Sérgio Mendes – Tesoureiro.

4. Márcia Aparecida Kersul de Brito – Secretária.

5. José Flávio Migliatti – Diretor Científico.

6. Ir. Monique M. M. Bourget – Diretora de Titulação.

7. Andréa Cury Rojas – Diretora de Divulgação.

 

O debate foi apresentado por Walch que agradeceu a Associação Paulista de Medicina (APM) por ceder o espaço do evento e também ao presidente da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, Thiago Trindade pela representatividade da especialidade em âmbito nacional. A moderação do debate foi feita por Denize Ornelas, diretora exercício profissional da APMFC e da SBMFC.

Cada participante teve 15 minutos para apresentar como é Atenção Primária no seu município com dados e linha do tempo desde a implementação até os dias atuais. Como alguns iniciaram a gestão em 2017, com o novo governo municipal, as reformas e os projetos também foram apontados

O primeiro palestrante foi Geraldo Reple Sobrinho, que iniciou a apresentação agradecendo a equipe da Estratégia da Saúde da Família do município de São Bernardo do Campo, pelo trabalho vibrante que é realizado. “A SBMFC é uma Sociedade muito jovem. Estamos voltando ao passado. Antes tínhamos o nosso médico de família e esse conceito está retornando”, explica Sobrinho que é ginecologista. Para conferir informações da palestra, clique aqui.

Seguido por Cleber Suckow Nogueira, Secretário da Saúde do Município de Praia Grande, formado em Administração com especialização em Saúde Pública pela USP, que abordou aspectos da residência em Medicina de Família e Comunidade e como é atender a demanda de um município com 70% da população dependente do SUS. Saiba mais sobre a apresentação de Nogueira: https://goo.gl/aC2QGs. .

José Arrojo Arrojo Junior, coordenador da Atenção Básica de Araraquara e vice-presidente da APMFC, relatou os desafios da reformulação da ESF no município do interior de São Paulo. A  Atenção Básica precisava desse foco na MFC e desde janeiro o desafio foi iniciado, com resultados positivos após a implementação do programa. As informações de Arrojo Júnior estão disponíveis: https://goo.gl/2gdH12

De todas as cidades apresentadas, a com a maior população é São Paulo. Wilson Pollara, Secretário Municipal da Saúde trouxe aspectos efetivos. São 11,5 milhões de habitantes e desses 6, 5 milhões dependem do SUS. “Dinheiro a Secretária tem, só é preciso remanejá-lo para o que realmente irá solucionar os problemas de saúde da população, que acredito ser a Saúde da Família”, explica Pollara. Os aspectos apresentados podem ser acessados em:goo.gl/xMfHRp

O debate contou com a participação da plateia com perguntas e também de internautas que acompanhavam o evento ao vivo com coordenação do Núcleo Regional de Medicina de Família e Comunidade de Ribeirão Preto. Entre os participantes do debate, estava Gustavo Gusso, ex-presidente da SBMFC e atual Diretor de Publicações. Os pontos mais questionados foram prontuário eletrônico, PNAB, Acesso, entre outros. 

“A questão de interferência dessas novas determinações do Ministério da Saúde foi discutida para que facilitasse as gestões do prefeito no Brasil. Toda essa mudança foi pautada para flexibilizar as regras rígidas que exigiam. Na cidade de São Paulo temos uma grande dificuldade com o controle social que é muito politizado e polarizado”, explica o Secretário Municipal de São Paulo.

Sobre o prontuário, Pollara deu o prazo de quatro meses. “Toda vez que o paciente faz uma trajetória, ele faz um rastro digital. Vamos levantar os dados no número daquele cartão, o que ele fez, onde ele passou, quais exames e o que está mais adiantado. Depois teremos todos os controles como os exames agendados no futuro. Hoje já existe também o Agenda fácil que possibilita mudar o agendamento caso não possa comparecer e realiza a mudança no próprio celular com possibilidade de abrir vagas para outras pessoas no lugar”, ressalta.

Sobre a PNAB, Geraldo, de São Bernardo, explica que está aguardando os próximos passos do CONASEMS sobre como ficarão as equipes.  Em relação aos prontuários, o hospital da cidade tem um problema, assim como a rede. “A partir do começo do ano será disponibilizado um programa via tablet, que já está em desenvolvimento. A lista de cirurgia eletiva foi montada pelo Ministério. SBC é um município organizado, tem alguns problemas de gestão, mas podemos seguir”, conclui.

Em Araraquara, a análise clinica é feita em todos os atendimentos que foi iniciada na atual gestão.  “Começamos pelos atributos essenciais não só pela quantidade, mas pela qualidade de uma maneira mais ampla. Não tínhamos nada de prontuário. Não adianta a pessoa ficar fazendo exame e não seguir os princípios de prevenção quaternária. Ainda não estamos no  ideal, mas estamos construindo. Outro ponto de organização foi a realização de audiências de orçamento participativo. Alguns lugares os conselhos de gestores não estavam funcionando. Quem é bem intencionado consegue levar a ESF. Queremos integrar mais paliativistas e também atendimento domiciliar efetivo”, explica Arrojo Júnior.

Na Praia Grande, 100% da rede utiliza prontuário eletrônico. “O próximo concurso será em janeiro para profissionais com titulo, residência e generalista. MFCs ganham um pouco mais. A partir de analise de indicadores, conseguimos fazer com que o médico e equipe participassem com os gestores. Plano de gestão é disponibilizado para acompanhamento dos indicadores para quem quiser visualizar na internet”.

O evento foi finalizado com sorteio de livros para três participantes e exibição de vídeo sobre quem é o médico de família e comunidade, produzido em parceria pela Rural Seeds e diretoria de comunicação da SBMFC.