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Dia Internacional do Diabético – 27 de junho

27 de junho de 2019

O número de pessoas com diabetes no Brasil cresceu mais de 61% nos últimos 10 anos e doença já atinge 8,9% da população brasileira, segundo o Ministério da Saúde. 

O termo “diabetes mellitus” (DM) refere-se a um transtorno metabólico de etiologias heterogêneas, caracterizado por hiperglicemia e distúrbios no metabolismo de carboidratos, proteínas e gorduras, resultantes de defeitos da secreção e/ou da ação da insulina. O DM vem aumentando sua importância pela sua crescente prevalência e habitualmente está associado à dislipidemia, à hipertensão arterial e à disfunção endotelial. É um problema de saúde considerado Condição Sensível à Atenção Primária a Saúde (APS), ou seja, evidências demonstram que o bom manejo deste problema por profissionais da desse nível de atenção evita hospitalizações e mortes por complicações cardiovasculares e cerebrovasculares (1).

O DM é responsável por cerca de 5da taxa de internação por condições sensíveis à APS no Brasil, com tendência à queda nos últimos anos, provavelmente relacionada a expansão e organização desse nível de atenção no país e está entre os cinco principais problemas manejados pelo médico de família e comunidade(2).

O manejo clínico adequado, o estímulo à autonomia do usuário por meio de estratégias centradas na pessoa e a continuidade dos cuidados são eficazes na redução de complicações e mortalidade por DM. Assim, para um cuidado efetivo, é necessário ao médico conhecimento técnico atualizado, habilidades de comunicação e uso de tecnologias próprias da APS. (2)

O DM e a hipertensão arterial sistêmica (HAS) são responsáveis pela primeira causa de mortalidade e de hospitalizações no Sistema Único de Saúde (SUS) e representam, ainda, mais da metade do diagnóstico primário em pessoas com insuficiência renal crônica submetidas à diálise. (1).

A atenção ao diabetes é complexa e envolve uma multiplicidade de aspectos que vão além do simples controle glicêmico. Um vasto corpo de evidências apoia diversas intervenções para melhorar os desfechos macro e microvasculares no DM, implementados de acordo com a disponibilidade dos recursos locais (3).

O DM pode ser classificado em tipo 1, tipo 2, gestacional e outros menos prevalentes. Entretanto, do ponto de vista populacional, o DM do tipo 2 possui maior relevância, pois, atualmente, representa até 90% dos casos identificados, com taxas de incidência crescente e, consequentemente, impõe enorme carga econômica aos sistemas de saúde (3).

Tratamento

Os benefícios do bom controle glicêmico inicial persistem a longo prazo, prevenindo a morbimortalidade por DM, o que torna imprescindível o tratamento adequado logo após o diagnóstico; entretanto, um recente estudo multicêntrico brasileiro revelou que 76% dos diabéticos não atingiram o controle glicêmico preconizado. (2)

Controle

Os resultados no controle do DM advêm da soma de diversos fatores e condições que propiciam o acompanhamento desses pacientes, para os quais o resultado esperado além do controle da glicemia é o desenvolvimento do autocuidado, o que contribuirá na melhoria da qualidade de vida e na diminuição da morbimortalidade. Os objetivos mais importantes das ações de saúde em DM são controlar a glicemia e, com isso, em longo prazo, reduzir morbimortalidade causada por essa patologia. Portanto, fazer uma intervenção educativa sistematizada e permanente com os profissionais de Saúde é um aspecto fundamental para mudar as práticas atuais em relação a esses problemas de saúde. (1) 

Referências: 

1 – Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica : diabetes mellitus / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília : Ministério da Saúde, 2013. Disponível em:http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/estrategias_cuidado_pessoa_diabetes_mellitus_cab36.pdf.

2- Tratado de medicina de família e comunidade [recurso eletrônico) : princípios, formação e prática / Organizadores, Gustavo Gusso, José Mauro Ceratti Lopes. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre : Artmed, 2012. 2V.

3- Gonçalves MR, Harzheim E, Zils AA, Duncan BB. A qualidade da atenção primária e o manejo do diabetes mellitus. Rev Bras Med Fam Comunidade. 2013; 8(29):235-43. Disponível em: http://dx.doi.org/10.5712/rbmfc8(29)814.