Em reportagem publicada no jornal Folha de S. Paulo (03/02/11) foi abordada a polêmica existente entre especialistas e profissionais da saúde no Brasil quanto ao tratamento a pacientes com quadro de dislipidemias. De acordo com a matéria, “o ministério está elaborando um novo documento, mas não consultou a Sociedade Brasileira de Cardiologia, que já tem uma diretriz pronta sobre o tema. Os cardiologistas dizem que, seguindo as novas recomendações do ministério, o SUS estará tratando mal os pacientes. Um dos problemas seria o ministério considerar o nível ótimo do LDL como inferior a 100 mg/ dL”.
Diante do impasse, a diretoria da SBMFC na figura de seu presidente, Gustavo Gusso, defende que, quanto a "taxa de colesterol ruim", as melhores evidências sugerem que as taxas variam conforme os riscos e as comorbidades de cada pessoa, e então deve ser individualizada. As pessoas com maior risco, como as que já tiveram infarto, devem manter níveis mínimos de LDL e ainda é controverso se este deve ser 100 ou 70.
Conforme estudos disponíveis atualmente, é possível aceitar 100, considerada uma taxa bastante baixa, uma vez que 70 é um nível muito difícil de se atingir, fator muitas vezes causador de estresse desnecessário ao paciente, além de excesso de medicações, com potencialização dos efeitos adversos. Vale lembrar que nestes casos baixar o colesterol é apenas uma das medidas a serem tomadas e muitas outras, mesmo não medicamentosas, têm igual importância.