Texto número 5 da série sobre 16 dias de ativismo contra a violência relacionada ao gênero, organizada pelo Grupo de Trabalho Mulheres na MFC, com apoio de outros GTs.
Frequentemente, ouvimos falar sobre homofobia, mas você sabe também o que é bifobia? O termo bifobia tem sido utilizado como um conceito que abrange a discriminação contra pessoas que se relacionam afetiva ou sexualmente com mais de um gênero. Ainda que mulheres bissexuais sejam vítimas de algumas formas de violências semelhantes às violências sofridas por mulheres lésbicas, esse grupo é também sujeito a alguns preconceitos particulares.
São estereótipos atribuídos a mulheres bissexuais as idéias equivocadas de que seriam “promíscuas” e estariam “indecisas”, querendo “chamar a atenção” ou apenas “passando por uma fase”. A negação de que a bissexualidade existe e a invisibilização desse grupo durante a elaboração de políticas e serviços também são formas de bifobia.
Quando o assunto é violência, mulheres bissexuais são intensamente vitimizadas. Uma pesquisa nacional sobre violência realizada nos Estados Unidos, que apresentou dados de acordo com a orientação sexual das vítimas, identificou que mulheres bissexuais são mais frequentemente vítimas de estupro e outras violências sexuais do que todos os outros grupos de mulheres (informaram ter sido estupradas: mulheres bissexuais 46.1%; mulheres lésbicas 13.1%; mulheres heterossexuais 17.4%). O mesmo quadro se repetiu na pesquisa quando avaliada a ocorrência de qualquer tipo de violência cometida por parceiros (mulheres bissexuais 61.1%; mulheres lésbicas 43.8%; mulheres heterossexuais 35.0%). (1)
Ao investigar esse tema, a pesquisadora Corey Flanders e suas colaboradoras identificaram a experiência de sofrer bifobia (por elas denominada “bisexual stigma”) como um preditor claro de violência sexual ao longo da vida. (2)
Apesar da vulnerabilidade desse grupo populacional, temos poucos dados desagregados sobre sua situação específica e poucas pesquisas voltadas à identificação de fatores que podem determinar disparidades na saúde de mulheres bissexuais.
Para apoiar o trabalho das equipes de saúde, listamos algumas sugestões reunidas no material da campanha Free and Equal da Organização das Nações Unidas (3):
Por Bárbara Magalhães Meneze
Lattes: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4291398U4
Referências: