No Brasil, dos 411 mil médicos ativos que atuam fora dos grandes centros urbanos, 44% deles são mulheres. Entre os médicos com 29 anos ou menos (56,2%) e na Medicina de Família e Comunidade (56,5%), as mulheres já são maioria.
“Portanto, propostas efetivas de recrutamento e fixação dos profissionais de saúde em áreas rurais e remotas devem reconhecer o fenômeno da feminização da profissão médica para que possam considerar as especificidades do gênero na formulação de políticas públicas que visem corrigir as iniquidades de distribuição e concentração de médicos no país”, explica Magda Almeida, diretora de Medicina Rural da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC).
Em 2015, consubstanciado por documentos internacionais, o Grupo de Trabalho Rural da SBMFC elaborou o Manifesto de Natal. Um documento que apresenta subsídios para a formulação de políticas afirmativas que promovam a inserção e colaborem com manutenção das médicas em cenários rururbanos, rurais e remotos. São indicados cinco eixos de ação nesses cenários:
– medidas para o aumento de mulheres médicas de família e comunidade;
– medidas de suporte ao trabalho das médicas de família;
– propostas para retenção de médicas de família e comunidade;
– adequação dos programas de educação continuada para o contexto feminino;
– garantia de representação equiparada de mulheres e homens em organizações profissionais para médicos de família em áreas rurais.