A estratégia de Saúde da Família foi iniciada na Praia Grande em 2012. O prefeito que está no quinto mandato, Alberto Mourão, sempre defendeu a medicina de família e comunidade, principalmente após uma viagem ao Canadá, onde conheceu o sistema desse país que é baseado na Atenção Primária. Em participação no debate “Perspectivas para atuação do médico de família e comunidade no SUS do Estado de São Paulo”, promovido pela APMFC, dia 5 de dezembro, na cidade de São Paulo, Cleber Suckow Nogueira, Secretário da Saúde do Município de Praia Grande, explicou como foi implementação da Medicina de Família e Comunidade.
“Montamos uma equipe para abraçar a ideia e aceitamos o desafio. Precisamos pensar na prevenção e não no imediatismo. De um tempo para cá, desenvolvemos aperfeiçoamento na educação continuada e na valorização do profissional”, explica Nogueira, que é formado em Administração com especialização em Saúde Pública.
Hoje, a Praia Grande tem 310 mil habitantes com cobertura de 98% de Atenção Primária. São 23 unidades de saúde da família (USAFA) e 4 policlínicas para atender 70% da população que é dependente do SUS.
Por meio de mapeamento foi regulamentada a profissão do Agente Comunitário de Saúde. “Conseguimos estruturar a equipe e dar capacitação. É o único município da Baixada Santista que tem o Diretor de Educação Permanente regulamentado. Temos os programas de Residência de Medicina de Família e Comunidade e Multiprofissional. A valorização da Atenção Básica nós temos. A dificuldade é trabalhar com o ser humano. Temos algumas dificuldades de assimilar ou proporcionar a importância da Estratégia de Saúde da Família”, comenta.
O Programa de Residência em MFC completa um ano em 2017. “Foi fácil a implementação desse programa porque o gestor sempre apoiou e lutou pela especialidade, pois sabe a resolutividade da Medicina de Família e Comunidade. Padronizamos a área da gestão e preparamos o médico também para assumir cargos com foco no entendimento das nossas limitações. Além disso, temos uma rede hierarquizada”, completa o secretário.
A responsabilidade é sensibilizar o gestor sobre o índice qualitativo. "Precisamos reduzir a mortalidade materno-infantil e ter um médico eo preceptor em todas as unidades. Para fazer parte da equipe não precisa ser só médico, tem que ser comprometido, ter empenho e dedicação, abraçar a causa. Ser médico de família e comunidade é uma tarefa difícil. É preciso trabalhar em rede e em conjunto e ter esse entendimento. A MFC está passando por uma transformação na Praia Grande”.
Todos os preceptores têm título. Atualmente são 12 residentes, 6 unidades, 15 preceptores, 6 apoiadores. “Enquanto uns falam em crise, falamos de oportunidade”, conclui. O modelo de Residência em Medicina de Família e Comunidade da Praia Grande foi inspirado no de São Bernardo de Campo. As vagas para o ano de 2018 serão divulgadas em breve.