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7 Mitos e verdades do sarampo

20 de julho de 2018

 Cidades como o Rio de Janeiro e Manaus já enfrentam a ameça de ressurgimento do sarampo, vírus erradicado do Brasil há quase 20 anos. Entre os motivos, está à diminuição de adesão da vacina, disponível gratuitamente nas Unidades Básicas de Saúde espalhados no Brasil. A Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC) orienta sobre a doença que é mais comum em crianças, mas que também acomete adultos, e se não tratada, pode levar o paciente à morte. E qualquer dúvida sobre a vacina contra o sarampo e outras, não hesite em consultar os médicos de família e comunidade que atuam nas Unidades Básicas de Saúde de todo o país e podem esclarecer todos os questionamentos.

“Quando criança, a aplicação da vacina Tríplice Viral protege contra doenças que apesar de parecerem inofensivas, em alguns pacientes se dá em formas graves e que se não diagnosticadas em tempo hábil, causam danos irreversíveis à saúde. Vacinar crianças e adultos é uma causa de saúde pública, não só individual, mas também de toda a população que hoje está livre de doenças pelas diversas campanhas realizadas pelo Ministério da Saúde”, explica Denize Ornelas, médica de família e comunidade, diretora da SBMFC. 

O sarampo pode ser prevenido com três tipos de vacinas diferentes: a Dupla Viral (SR), com proteção contra o sarampo e a rubéola; a tríplice-viral (SCR), que protege contra sarampo, caxumba e rubéola e a tetraviral que protege contra essas três, mais a varicela, conhecida como catapora (SCR-V).

Denize ainda ressalta que houve mudanças no calendário vacinal do Brasil. “Sobre sarampo, caxumba e rubéola, o calendário e o período de vacinação sofreram alterações desde o inicio das campanhas de vacinação na década de 70. Então, de acordo com a faixa de idade, hoje se recomendam diferentes esquemas de proteção com vacinas. Uma parte dos adolescentes de hoje já tomou a vacina contra sarampo em duas doses quando crianças (uma dose com 12 meses e a segunda com quatro anos). Atualmente, muitas pessoas entre 20 e 29 anos, ainda tomaram uma dose única do esquema anterior e é preciso completar a vacinação com a segunda dose. Em pessoas com mais de 30 anos, é frequente os que não receberam nenhuma dose da vacina, devendo tomar as duas doses com intervalo mínimo de 30 dias”. 
Todas as informações devem estar na carteira de vacinação que deve ser levada a UBS para conferência e indicação da melhor forma de completar a imunização. A carteira de vacinas é um documento extremamente importante e precisa ser conservado a vida toda.

 

Confira mitos e verdades do sarampo:

1. A vacina provoca Autismo. MITO. A vacina é segura e não apresenta riscos de desenvolvimento de autismo, conforme notícias falsas estão propagando pela internet. Entre os efeitos colaterais mais comuns da tetraviral (SRC-V), está a febre que acontece em até 15% dos vacinados, mas é reação considerada normal até 12 dias após a aplicação.

2. A vacina previne só o indivíduo. MITO. A vacinação é a única forma de prevenção para evitar surtos e epidemias pois quanto mais indivíduos vacinados, menos chance de circulação entre os humanos o vírus tem. Por ser uma doença transmitida pelas gotículas da saliva por tosse e também espirros, crianças e pessoas não vacinadas estão suscetíveis.  

3. Ambientes fechados são mais propícios para contaminação. VERDADE. Em temperaturas baixas, é comum a população deixar lugares fechados, mesmo com fluxo alto de pessoas, como ônibus, igrejas, lojas, escolas e hospitais. Porém, é imprescindível deixar janelas e portas abertas para circulação de ar e evitar outras doenças, além do sarampo, como a caxumba.

4. O esquema de proteção vacinal é feito apenas em clínicas particulares. MITO. Todas as vacinas estão disponíveis pelo Ministério da Saúde gratuitamente e podem ser adquiridas nas Unidades Básicas de Saúde. Quando criança, a vacina deve ser aplicada em duas doses: a primeira dose é feita aos 12 meses de idade com a vacina da Tríplice viral, que protege contra caxumba, sarampo e rubéola e a segunda, dos 15 meses até aos 12 anos. No Brasil, a segunda dose é feita com a tetraviral, que também incluía a proteção contra varicela.

Quando não realizada na infância, a segunda dose pode ser aplicada na adolescência e na vida adulta com a mesma tríplice viral SCR. O ideal verificar a necessidade de se vacinar, independentemente da idade.

5. O vírus está livre do sarampo e não existe risco de epidemias. MITO. A partir da década de 90, com a efetividade da distribuição da vacina em todo o território nacional, o país ficou livre da doença. Porém, com a chegada de imigrantes não vacinados, a queda de cobertura vacinal entre os brasileiros por falta de vacina e aumento dos grupos de pais resistentes ao procedimento, temos muitas crianças e adolescentes que podem desenvolver a doença e o vírus passa a circular, provocando alguns surtos isolados. Se os surtos não são bloqueados a tempo com a vacinação, podem provocar uma epidemia mais grave, pelo vírus ser altamente contagioso. Além disso, é possível que nem todas as Unidades Básicas tenham a vacina disponível aumentando o risco de surto.

6. Grupos de risco devem ser prioritariamente vacinados. VERDADE. As populações mais vulneráveis ao sarampo são aquelas que vivem e atuam profissionalmente em locais de grande circulação de pessoas em fase migratória, como portos e aeroportos, pois nem todos os países garantem um sistema e controle vacinal como o Brasil, que tem um dos melhores calendários e esquemas de distribuição vacinal do mundo. Os profissionais de saúde também devem manter sua vacinação em dia.

7. Os sintomas iniciais podem ser confundidos com a gripe. VERDADE. Entre os sintomas mais comuns estão febre, tosse, mal estar e corrimento nasal, que são seguidos de manchas vermelhas no corpo, que duram aproximadamente três dias. Essas manchas são os principais indícios de contaminação do vírus. Em casos mais graves, a criança ou pessoa pode ter infecção nos ouvidos e desenvolver pneumonia. Convulsão também pode acontecer.

Para consulta das referências: http://portalarquivos.saude.gov.br/campanhas/pni/.