Fernando Pigatto, presidente do Conselho Nacional de Saúde (CNS), concedeu entrevista para a revista IstoÉ, conduzida pela jornalista Iara Lemos, com foco na situação emergencial que a saúde pública no Brasil se encontra devido à pandemia da Covid-19. A entrevista realizada ao vivo está disponível no link: ‘O governo federal trabalhou a favor do vírus’, diz presidente do Conselho Nacional de Saúde.
O CNS, assim como a SBMFC, tem atuado de forma intensa junto ao poder público e órgãos como o Ministério da Saúde, alertando-os, desde o início da pandemia, sobre os riscos que a população brasileira corria, sem a devida ação e programas de contenção da disseminação do vírus que já ceifou mais de 230 mil vidas no país, pela falta de atenção, e mesmo descrédito, que o próprio governo federal deu para a pandemia desde o início.
Confira alguns trechos de destaque:
“Se nós não tivéssemos o SUS, que é nosso Sistema Único de Saúde enraizado no Brasil, enfrentando a pandemia, estaríamos muito pior. Lutamos todo o ano de 2020 para que a liberação de recursos chegasse à ponta. Temos a testagem que é muito baixa, mas sem esse recurso nem testagem teríamos. Quanto à vacina, houve uma falha grandiosa, o Butantan ofertando desde julho vacinas para entrega no último trimestre de 2020, porém, não houve sem resposta do Ministério”.
“A pandemia mostrou para a população brasileira a força e a grandeza do SUS. O SUS é o ar que a gente respira porque qualquer influência que houver tem consequência na nossa saúde. Está no alimento que a gente come, desde o restaurante mais caro até o mais barato da esquina, é preciso de uma fiscalização para consumo naquele local para que não afete a nossa saúde de forma significativa e que a gente tenha uma saúde de qualidade. E o SUS também está na água que a gente bebe. Sem o controle da água, podemos nos prejudicar. O SUS está em tudo. Essa valorização que as pessoas hoje estão dando para o SUS é muito importante. Por isso, que hoje fortalecê-lo cada vez mais.”
“Se nós não tivéssemos o SUS, que é nosso Sistema Único de Saúde enraizado no Brasil, enfrentando a pandemia, estaríamos muito pior. Lutamos todo o ano de 2020 para que a liberação de recursos chegasse à ponta. Temos a testagem que é muito baixa, mas sem esse recurso nem testagem teríamos. Quanto à vacina, houve uma falha grandiosa, o Butantan ofertando desde julho vacinas para entrega no último trimestre de 2020, porém, não houve sem resposta do Ministério”.
“A pandemia mostrou para a população brasileira a força e a grandeza do SUS. O SUS é o ar que a gente respira porque qualquer influência que houver tem consequência na nossa saúde. Está no alimento que a gente come, desde o restaurante mais caro até o mais barato da esquina, é preciso de uma fiscalização para consumo naquele local para que não afete a nossa saúde de forma significativa e que a gente tenha uma saúde de qualidade. E o SUS também está na água que a gente bebe. Sem o controle da água, podemos nos prejudicar. O SUS está em tudo. Essa valorização que as pessoas hoje estão dando para o SUS é muito importante. Por isso, que hoje fortalece-lo cada vez mais.”
Sobre a vacinação contra a Covid-19, o posicionamento do CNS é ter a maior disposição de tipos de vacinas possível, dentro dos critérios técnicos científicos que comprovem a eficácia. É importante a ação do Congresso Nacional. E no que precisamos nos debruçar é em relação ao prazo.. A própria Anvisa, por critérios técnicos colocou algumas mudanças no protocolo, inclusive para a aprovação emergencial da Fiocruz e do Butantan.
Quando a gente faz uma recomendação que o MS e a Anvisa levem em consideração todas as alternativas que tenham eficácia e segurança para a população, nunca nos referimos esta ou aquela, mas de precisamos ter o máximo possível de alternativas, em maior quantidade, com eficácia e segurança, para que tenhamos ainda em 2021, toda a população brasileira vacinada, dentro do público-alvo indicado por cada vacina, de acordo com as possibilidades. E todos tenham esse direito garantido constitucionalmente pelo SUS. Não admitimos que entre 2022 sem ter toda a população brasileira com direito garantido à vacinação.
Quando questionado por Iara se essa é uma meta ambiciosa, Pigatto responde que se todas as recomendações e orientações apresentadas anteriormente tivessem sido discutidas na época, a vacinação teria começado há muito tempo. “Essa é uma meta de várias organizações, como a Frente pela Vida, a campanha #AbraceaVacina, tantas iniciativas das frentes populares que atuam em todo o Brasil. Temos também o movimento “Vacina para todas e todos”. São várias iniciativas para que o Brasil tenha vacina em grande quantidade e alternativas múltiplas para que a gente atinja essas metas que são ousadas, mas não impossíveis. Por que? Nós temos um Plano Nacional de Imunizações que mostrou que dá certo. Temos vacinações, como a H1N1, por exemplo, com 90 milhões de doses aplicadas”
Precisamos sensibilizar as pessoas sobre a importância da vacinação, a importância de não furar a fila. De respeitar a sua vez de vacinar. E ao mesmo tempo de pressionar de todas as formas possíveis, até de maneiras impossíveis, as autoridades para que essa vacinação ocorra na maior brevidade possível, para maior quantidade de pessoas, para que todos nós tenhamos a sensação de proteção.
Continuem se cuidando, cuidando uns dos outros, cuidando umas das outras. Abraçar a vacina é muito importante. Quem ama, vacina. Temos que cuidar das vidas que são atingidas muitas vezes por irresponsabilidades. Precisamos nos abraçar, mesmo à distância. Desejamos um AbraSUS, que é um ato de abraçar o SUS. E uns aos outros, umas às outras, para que a gente possa vencer esta pandemia e poder logo mais na frente, estarmos pessoalmente nos abraçando e fazer as aglomerações que tanto gostamos. O povo brasileiro é um povo quente, de abraço, de carinho que fazem parte da nossa vida e que precisamos fazer com que tudo seja feito com cuidado para que a vacina chegue o mais rápido possível para que voltemos a estar juntos de novo.
Conheça mais sobre o movimento Frente Pela Vida organizado pelo CNS, SBMFC, Abrasco, CEBES e outras entidades para defesa do SUS e da vida e garantia de direitos à saúde durante a pandemia: https://frentepelavida.org.br/.