Juliana Oliveira Soares é médica de família e comunidade com Residência médica pela UNIFESP e Título de Especialista pela SBMFC/AMB. Especialista em Saúde Coletiva com ênfase em Saúde da Família pela USP. É diretora financeira e administrativa da SBMFC.
SBMFC: Compartilhe sua história na Medicina de Família e Comunidade.
Juliana: Depois de formada, eu trabalhei quase 2 anos em uma equipe de Saúde da Família no Jardim Ângela na região metropolitana de São Paulo e foi lá que me descobri que eu amava a Atenção Primária. Resolvi então fazer uma especialização em Saúde Coletiva com ênfase em ESF pela faculdade de enfermagem da USP. Até que, após 1 ano e meio trabalhando e fazendo a especialização, percebi que eu precisava me qualificar mais ainda, pois clinicamente, não estava satisfatório. Por incentivo da minha amiga médica que fazia medicina preventiva na USP, resolvi prestar prova para MFC.
Na despedida da minha equipe, aos prantos, disse: “Estou indo fazer residência, para ajudar a formar outros médicos a fazerem com tanto amor o que eu faço”. E foi na residência que eu tive certeza que eu queria mesmo ser assistente, preceptora e gestora.
Trabalhei quase 2 anos no departamento de atenção básica do ministério da saúde, até que, devido a precarização do vínculo, resolvi prestar o concurso para secretaria de estado de saúde do Distrito Federal. Passei e fui trabalhar em uma UBS.
Quando fui chamada no concurso, fui chamada também, junto com mais 5 médicos titulados, para conversar sobre o programa de residência de MFC que seria implantado. Minha história com a residência no DF só estava começando.
Os primeiros anos não foram fáceis. Foram dias de muito sofrimento mental pois, ao mesmo tempo que sentia a forte falta de apoio, recebi diversos convites para ir para vários lugares no Brasil ou voltar para o Ministério. Mas quando pensava em desistir, lembrava dos meus 3 residentes, que depois viraram 6 e depois, com a expansão da residência, viraram 30. Atualmente temos 60 vagas aprovadas em um programa de residência médica em Rede, que está presente em várias regiões administrativas do DF.
Nestes quase 10 anos de SES-DF, já estive na gerência de UBS e no núcleo de uma diretoria de APS. Já atuei na assistência concomitantemente como preceptora ou supervisora do programa de MFC e coordenei também uma COREME de 10 programas de residência médica, mas há quase 2 anos, fui convidada novamente para assumir uma gerência na Diretoria de Atenção Primária à Saúde da região Norte do Distrito Federal, onde atuo desde janeiro de 2019, na organização de fluxos assistenciais, linhas de cuidado, gestão de programas e educação permanente da APS, além de estar como uma das Responsáveis Técnicas Distritais de Medicina de Família e Comunidade.
SBMFC: Sua atuação profissional atual é em gestão. Essa área está em crescimento na especialidade. Como um/a MFC pode se profissionalizar?
Juliana: Uma das formas de profissionalização da especialidade na área de gestão de sistemas e serviços de saúde é através de cursos de pós-graduação e formação complementar específicos na área. Além disto, existem no Brasil, programas de residência (R3) nesta área, mas ainda são poucas as entidades formadoras que oferecem vagas.
SBMFC: A diretoria financeira e administrativa tem grande responsabilidade na gestão. Qual será seu papel?
Juliana: A diretoria financeira e administrativa é uma diretoria de bastidor, mas a considero como a engrenagem para que a SBMFC funcione de forma saudável. O papel desta diretoria tem a ver com a saúde financeira da entidade, seja na articulação de novas parcerias, seja na organização e controle das finanças da instituição.
SBMFC: A sua experiência na carreira poderá auxiliar com a gestão da administração e finanças da Sociedade?
Juliana: Como parte da minha experiência profissional é em gestão e atualmente faço 2 cursos na área de finanças, acredito que tenho como contribuir com a diretoria financeira e administrativa da SBMFC pelos próximos 2 anos.
SBMFC: Pretende implementar quais ações com foco na transparência para os associados?
Juliana: Assim que tivermos com a auditoria contábil entregue, relativa a última gestão, a cada semestre haverá uma publicação na área de associado/associada das receitas e despesas da SBMFC. Assim, associados/associadas poderão acompanhar os gastos e investimentos das suas contribuições anuais.
SBMFC: Sobre as estaduais, como será feito o estímulo para adesão da transparência dos investimentos feitos pelos associados em âmbito regional?
Juliana: O estímulo para adesão da transparência dos investimentos feitos em âmbito regional acontecerá via conselho, espaço onde já pactuamos a prestação de contas das atividades desenvolvidas pelas estaduais do ano de 2020 para o início do próximo ano, conforme previsto em regimento.
SBMFC: Deseja enviar uma mensagem aos associados?
Juliana: Em breve lançaremos novidades sobre parcerias novas e campanhas de adimplência para quem está em atraso com suas anuidades.