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Vacinas não devem ficar de fora do esquema de proteção de crianças e adultos

11 de julho de 2018

Benefício gratuito disponibilizado pelo SUS nas Unidades Básicas de Saúde não deve ser ignorado para proteção individual e em massa

Preocupada com a queda da cobertura vacinal no território nacional, a Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC) orienta e reforça a importância das vacinas que previnem doenças, muitas delas, desconhecidas da população devido à erradicação e controle pela eficácia do procedimento. As vacinas são medicamentos que oferecem, em maior ou menor grau, proteção individual contra doenças, e a depender de sua eficácia, imunidade populacional, ao bloquear a circulação dos agentes causadores destas doenças. As campanhas de vacinação, que buscam essencialmente a proteção da população, fazem parte da história de vários países e especialmente do Brasil, que conta com um dos melhores programas de imunização do mundo.  O calendário básico de vacinação pode ser conferido em: https://goo.gl/F3PWCn.

As explicações para a diminuição nas taxas de vacinação englobam diversos fatores. "Um deles é o possível desabastecimento das vacinas em algumas cidades. Além disso, o Brasil está recebendo milhares de refugiados a cada mês. Independentemente do país de origem, essa população não recebe os cuidados adequados devido à falta de uma política pública que direcione um olhar sanitário maior, assim como os viajantes que entram e saem do país, sem nenhum controle vacinal. Ainda sobre política pública, como o crescimento de adeptos do movimento anti-vacina, não há um monitoramento do Ministério da Saúde ou Anvisa para entendimento, argumentação e até propostas de diálogo", argumenta  Denize Ornelas, médica de família e diretora da SBMFC.  

 

Uma solução é ação educativa individual nas Unidades Básicas de Saúde para conhecimento sobre quais são os medos e receios não só dos pais, mas de adultos que querem se vacinar, mas adiam o procedimento por falta de esclarecimentos e não terem um acolhimento necessário quanto as suas dúvidas. 

 

“Hoje há também uma dificuldade de vacinação e adesão de acordo com a proposta do Ministério da Saúde, principalmente pelo horário de atendimento da maioria das Unidades Básicas de Saúde ainda ser das 8h às 17h, de segunda a sexta-feira, muitas vezes incompatível com o horário de trabalho dos pais e cuidadores das crianças. Precisamos aproveitar melhor os dias de campanhas de fim de semana, em que há uma facilidade para atualização das vacinas para quem perdeu o prazo”, explica Denize . 

 

Vacinação de adultos

Algumas vacinas são necessárias novas doses na fase adulta, como a contra sarampo, caxumba e rubéola nas mulheres, na faixa etária entre 20 e 30 anos. Uma oportunidade de atualizar a imunização dos adultos é utilizar os dias de campanhas infantis, quando os pais levam os filhos para se vacinarem, porém é necessário checar a política desse tipo de evento de cada município e estado.

Importância de tomar todas as doses

Muitas vacinas têm mais de uma dose, e elas se complementam, não é um reforço como muitos pensam. Caso tenha até três doses, todas devem ser tomadas para que a imunização completa seja realmente efetivada, pois cada uma age de uma forma diferente e só completam a proteção, quando todas as doses forem realizadas. “O sistema imunológico precisa de todas as doses para que organismo tenha uma reação de proteção e possa gerar as células de defesa e memória imunológica produtoras de  imunoglobulinas, que são os anticorpos que vão combater o vírus ou a bactéria responsável pela doença”, comenta Denize.

Hoje, o Sistema Único de Saúde oferece um sistema vacinal efetivo e gratuito disponibilizado em Unidades Básicas de Saúde de todo o país. Além da proteção individual, também proporcionam a proteção em massa, principalmente sobre as doenças que são transmitidas por vírus como o sarampo ou caxumba, cuja transmissão é por via respiratória, em alguns ambientes fechados como ônibus e metrôs. E muito mais que proteger das doenças, as vacinas também protegem contra as consequências e sequelas.

Efeitos colaterais

Uma reação que pode acontecer, principalmente em crianças é a febre pelo menos 48 horas após o período da vacina. É uma reação do corpo que está produzindo os anticorpos contra aquela substância presente na vacina e esta tenha o efeito esperado no organismo. Algumas mães, até orientadas por médicos, dão antitérmicos antes da vacina para prevenir, mas o recomendado é esperar a febre se manifestar, pois cada criança vai reagir de um jeito e também muitas, mesmo com 38º graus continuam brincando normalmente, outras não, têm sintomas mais fortes e necessitam de cuidados dos pais e cuidadores. “A orientação é observar a reação da criança e caso a febre se manifeste de forma a deixar a criança sonolenta, enjoada, com falta de apetite, e outros sintomas, o ideal é consultar o médico de família ou pediatra que faz o acompanhamento para checar o melhor medicamento e dose”, ressalta Denize.

Dor na picada

Outro fator que afasta as mães e pais a não levarem os filhos para se vacinarem é a dor que a agulha da injeção proporciona. É possível também que o local fique dolorido por 24 horas depois da aplicação da vacina, o conselho é fazer compressa para aliviar a dor.

Uma dica importante que já é usada em alguns serviços públicos e privados para proporcionar que o momento da vacinação seja mais tranquilo é a amamentação simultânea. Está cientificamente provado que o leite materno tem substâncias analgésicas que diminuem a dor, além do conforto e aconchego que o bebê sentirá no contato com a mãe.

As vacinas que estão na cobertura do SUS utilizadas na infância para proteção em massa são para prevenção de caxumba, rubéola, sarampo (tríplice viral) e também contra varicela (tetra viral), meningite, coqueluche, difteria, tétano, hepatite B e também a contra a poliomielite, doença erradicada do país há muito tempo devido à disponibilidade das campanhas e vacinas gratuitamente. E lembre-se, sempre que tiver alguma dúvida sobre o assunto, consulte sempre seu médico de família e comunidade na unidade de saúde mais próxima.