Nota sobre o corte de investimento na saúde pela Prefeitura do Rio de Janeiro
20 de novembro de 2017
A SBMFC vê com muita preocupação a redução do orçamento da saúde pela Prefeitura do Rio de Janeiro que tem impactado diretamente os serviços para a população, especialmente no acesso às unidades de Atenção Primária e na oferta de medicamentos e exames que atinge frontalmente a resolutividade das equipes que atuam nesses serviços, fora a falta comprometimento dessa gestão com os profissionais de saúde, já que há atrasos de pagamento de salários, o que afeta o cuidado com a rede em si.
Outra preocupação de forma redobrada é o desmonte de todo um sistema que vinha apresenentando resultados positivos, tendo em vista que o Município do Rio de Janeiro estava em processo de implementação de uma reforma do seu sistema de saúde, com ampliação de acesso com as clínicas da saúde da família e chegou a atingir uma cobertura de 70% da Estratégia de Saúde da Família em dezembro do ano passado. A Sociedade enxerga que essa redução de orçamento resulta na diminuição da própria cobertura da Estratégia de Saúde da Família no Rio e consequentemente impacta na qualidade do cuidado na saúde dos cariocas.
Ano passado, a cidade do Rio de Janeiro foi exemplo de uma reforma bem sucedida, sendo visitada por Associações de Medicos de Família de vários países do mundo e foi levada como experiência internacional a ser implantada em outros países em desenvolvimento. A SBMFC acreditava que essa reforma seria definida como uma política de Estado, independentemente do governo que estivesse presente e se posiciona em defesa da Estratégia de Saúde da Família por meio das clínicas da família, além de indicar para a atual gestão sensibilidade na priorização da Atenção Primária no Município, já que é um nível de atenção no qual deve-se ter um investimento canalizado para dar resposta a esses usuários que precisam de um serviço de qualidade integral como executado nos últimos anos.
A comunidade internacional dos médicos de família também tem se sensibilizado com essa situação e por tudo que visualizaram durante o Congresso Mundial da especialidade que foi realizado em novembro do ano passado na cidade e lamenta também profundamente esse retrocesso na política pública. Seguiremos cobrando da atual gestão do Rio esses investimentos em prol da comunidade, fortalecendo a Atenção Primária Carioca, com o objetivo de promover e garantir uma saúde integral e universal para todos.