A Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade orienta sobre qual serviço deve ser procurado de acordo com as necessidades das pessoas
Muitas pessoas têm dúvidas sobre onde e como procurar atendimento médico no Sistema Único de Saúde (SUS) devido à oferta de diferentes serviços em serviços diversos como unidades básicas de saúde, ambulatórios, hospitais e serviços de emergência. A Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC) orienta sobre qual serviço de saúde deve ser procurado de acordo com a necessidade da pessoa, para que seu problema seja solucionado da melhor forma possível:
Unidade Básica de Saúde (UBS): a UBS é o lugar para o cuidado integral das pessoas, devendo ser a porta de entrada para quase todos os problemas de saúde, especialmente os mais comuns, e ser resolutiva em cerca de 90% dos casos. Ofertam atendimentos variados, por meio das equipes da Estratégia Saúde da Família. Oferecem não apenas serviços de assistência à saúde, mas também ações de prevenção, cura e reabilitação para maximizar a saúde e o bem-estar, sempre considerando o contexto onde a pessoa está inserida.
As UBS oferecem assistência a casos urgentes, como dores fortes, febre, dificuldade para respirar, e também são efetivas para cuidar de pessoas com problemas crônicos como hipertensão, diabetes, asma, dores crônicas e problemas de saúde mental como depressão e ansiedade, além da realização de ações de caráter preventivo como consultas de pré-natal e acompanhamento do crescimento e desenvolvimento de crianças. As ações são desenvolvidas não apenas no consultório, mas também por atendimento domiciliar, e proporcionam não só resultados como a redução do número de internações, mas a melhoria da saúde da população como um todo. A maioria das unidades funciona das 8h às 17h, de segunda a sexta-feira, com alguns locais funcionando até horários noturnos e aos sábados, e estão espalhadas por todo o país.
Unidade de Pronto-Atendimento (UPA): demandas de emergência (situações que envolvam risco iminente de morte, como infartos, AVCs quesão os chamados "derrames", problemas respiratórios graves, acidentes envolvendo traumas), além de situações de urgência como dores intensas, dificuldade para respirar, diarreias, que necessitem de exames de laboratório ou de imagem, que serão atendidas de forma rápida e encaminhadas a hospitais, quando necessário. Algumas UPAs oferecem atendimento em ortopedia, destinado a pessoas que sofreram fraturas, luxações ou outros traumas dos ossos e articulações. Funcionam 24 horas por dia, sete dias da semana. A maioria dos grandes hospitais hoje tem seus serviços de urgência e emergência ligados às UPAs e ao SAMU (Serviço de Atendimento Médico de Urgência), com a porta fechada para pessoas que procurem estes hospitais diretamente.
“Por todo Brasil sabe-se que 70% dos pacientes que procuram as UPAS, poderiam ter seus problemas resolvidos na atenção primária. Importante que cada município tenha redes de atenção primária estruturadas para isso, e posso regular melhor esse fluxo. As mais de 40 mil equipes que compõem a Estratégia de Saúde da Família formadas por médicos de família e comunidade, enfermeiros, agentes de saúde e dentistas, têm a capacidade de resolver 90% dos problemas apresentados nas consultas de rotina ou urgências”, explica Thiago Trindade, presidente da SBMFC.
A procura por serviços de emergências para gripes, resfriados, alergias, problemas respiratórios que demandam de tratamento e acompanhamento médico, assim como hipertensão arterial e diabetes em índices fora do normal podem e devem ser direcionadas às Unidades Básicas de Saúde. Mesmo algumas demandas de corte e feridas que necessitam de pontos podem ser feitas nas unidades, o que potencialmente iria diminuir a fila dos prontos-socorros, UPAs e hospitais.