Com foco no Dia Mundial do Médico de Família e Comunidade, datado em 19/5, a Sociedade Brasileira de Medicina de Família indica que número de profissionais da especialidade para atendimento adequado deve ser de 1 médico para dois mil habitantes
Em 19 de maio, é datado o Dia Mundial do Médico de Família e Comunidade. No estado do Pará, segundo Demografia Médica do Conselho Federal de Medicina, há 50 médicos titulados na especialidade. Porém, para que o atendimento da população seja realmente efetivo de acordo com os princípios da Atenção Primária, seriam necessários, cerca de quatro mil médicos de família para atender toda a demanda populacional do Pará, com um médico de família para cada dois mil habitantes.
“O médico de família e comunidade é o médico da vida das pessoas, desde a concepção, do nascer até os últimos momentos de vida. Ele trabalha na transformação das realidades, dando atenção e acolhimento, com trabalho em equipe” explica Yuji Ikuta, médico de família e comunidade, membro da SBMFC e diretor da Associação Paraense de Medicina de Família e Comunidade.
Ikuta ainda explica que na região Norte, mais especificamente no Pará, que é um Estado de grandes dimensões territoriais, com barreiras geográficas, culturais, sociais, políticas e econômicas, a Medicina de Família e Comunidade tem ação fundamental e essencial na transformação da situação atual. “Esta atuação pode ocorrer no Sistema Único de Saúde (SUS) ou no setor privado, mas também nas Universidades, onde há a formação de profissionais generalistas mais humanizados com foco na Atenção à Saúde de cada pessoa com objetivos de melhorar a qualidade de vida”, ressalta o médico que também é professor de medicina na Universidade do Estado do Pará.
O modelo de Atenção Primária à Saúde é realizado nas unidades básicas de saúde, próximas do domicílio das pessoas. Nessas unidades são realizados tanto atendimentos programados, para o acompanhamento de situações crônicas de saúde, como atendimentos não programados, para atendimento aos problemas que se apresentam de forma inesperada ou urgente.
O médico de família auxilia a evitar o acúmulo de pacientes nas filas de pronto atendimento, pois é capaz de resolver a maior parte dos problemas que levam as pessoas a procurarem as unidades de pronto atendimento. Além disso, realiza diagnósticos precoces e os protege de intervenções excessivas ou desnecessárias.
É justamente a possibilidade de já acompanhar o paciente que faz com que o MFC seja mais eficiente e preciso para atendê-lo em uma situação de urgência. O MFC já conhece os medicamentos que aquela pessoa usa, já compreende seu contexto familiar, suas relações com o trabalho, sua forma de reagir diante de uma doença aguda e é capaz de integrar todas essas informações, fazendo com que a pessoa receba exatamente o que precisa, sem riscos ou excessos, em uma situação de urgência. Além da qualidade de vida, o MFC também contribui para que as verbas públicas destinadas à área da saúde sejam gastas com doenças que realmente necessitam de cuidados intensivos, como cirurgias e tratamentos de alta complexidade.