Atenção Primária à Saúde é tema de jornada sobre Medicina de Família em Belém

11 de agosto de 2017

Saúde mental e suicídio também serão abordados em evento realizado entre os dias 25 e 26 de agosto, com organização da Liga Acadêmica de Medicina de Família e Comunidade do Pará

Entre os dias 25 e 26 de agosto, Belém receberá a I Jornada de Medicina de Família e Comunidade voltada a profissionais e graduandos da área da saúde com discussão e abordagem de temas como Atenção Primária, acesso e cuidado centrado na pessoa e o desafio dos problemas de saúde mental na prática diária: o desejo do suicídio nas diferentes fases da vida. Organizada pela Liga Acadêmica de Medicina de Família e Comunidade, a jornada tem o apoio da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC) e a Associação Paraense de Medicina de Família e Comunidade (APAMFC). Para inscrições e programação completa, acesse o site oficial: https://www.mfcpara.com/jornada.

O atual momento exige reflexão e profundo debate sobre a Atenção Primária à Saúde (APS) com foco na importância do conceito para a população devido às mudanças propostas pelo Governo Federal na Política Nacional de Atenção Básica, que poderá afetar diretamente o atendimento da população pela Estratégia da Saúde da Família, uma das políticas mais bem sucedidas no âmbito do SUS. A crescente ampliação desse modelo de APS até as 40 mil equipes atuais é responsável por resultados expressivos em diferentes áreas. Pelo número de habitantes no Brasil, o número ideal de equipes seria 70 mil, para que cada uma acompanhe no máximo três mil pessoas.

De acordo com a demografia médica do Conselho Federal de Medicina, no Pará há 50 médicos de família e comunidade, porém para atender a população com os princípios da Atenção Primária seriam necessários 2000 médicos de família no Estado. “A especialidade de Medicina de Família e Comunidade está em expansão não só em todo o país, mas também no Pará. Por isso, a importância da realização de eventos para a discussão e abordagem de temas que fazem parte do dia a dia de profissionais que atuam na Atenção Primária, além da troca de experiências, a partir dos trabalhos científicos que serão apresentados durante a jornada”, explica Yuji Ikuta, Diretor e fundador da Associação Paraense de Medicina de Família e Comunidade.

Sobre a Medicina de Família e Comunidade

A medicina de família e comunidade é uma especialidade médica, assim como a cardiologia, neurologia e ginecologia. O MFC é o especialista em cuidar das pessoas, da família e da comunidade no contexto da atenção primária à saúde. Ele acompanha as pessoas ao longo da vida, independentemente do gênero, idade ou possível doença, integrando ações de promoção, prevenção e recuperação da saúde. Esse profissional atua próximo aos pacientes antes mesmo do surgimento de uma doença, realizando diagnósticos precoces e os poupando de intervenções excessivas ou desnecessárias. 

É um clínico e comunicador habilidoso, pois utiliza abordagem centrada na pessoa e é capaz de resolver pelo menos 90% dos problemas de saúde, manejar sintomas inespecíficos e realizar ações preventivas. É um coordenador do cuidado, trabalha em equipe e em rede, advoga em prol da saúde dos seus pacientes e da comunidade. Atualmente há no Brasil mais de quatro mil médicos com título de especialista em medicina de família e comunidade.

Caso a doença detectada pelo médico de família e comunidade (MFC), especialidade médica atuante nas Unidades de Saúde da Família (USF), necessite de acompanhamento de outro especialista, as pessoas são encaminhadas a outros serviços onde receberão o cuidado mais adequado, sempre sob a coordenação do MFC, que é capaz de integrar os conhecimentos das diversas especialidades em favor da pessoa como um todo.